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Espanha já demonstra preocupação com contágio Premiê Rajoy diz que país terá mais dificuldade para obter empréstimos Governo enfrenta atos de protesto contra o pacote de cortes que anunciou para conter o deficit orçamentário
Na Espanha, o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy já se preocupa com o contágio da crise grega sobre os títulos da dívida pública com vencimento em dez anos, cujos juros chegaram ontem à casa dos 6,5% -o que não acontecia desde novembro do ano passado. Analistas avaliam que, ao chegar a 7%, a taxa torna o serviço da dívida insustentável, o que obrigaria o país a recorrer ao socorro financeiro da comunidade internacional, como nos casos de Portugal, Irlanda e Grécia. Rajoy declarou ontem ao Parlamento: "Precisamos reduzir o deficit público, pois há o sério risco de que não conseguiremos mais tomar empréstimos, ou o faremos a preços astronômicos". O premiê vem liderando esforços para implementar medidas de austeridade na Espanha, que incluem o fechamento de diversas empresas públicas e reformas trabalhistas e orçamentárias. A taxa de risco do país, calculada com base na diferença entre os juros cobrados em seus títulos e os juros dos papéis alemães, os mais seguros do continente, chegou ontem ao nível recorde de 507 pontos, mas fechou em 485. A Espanha está novamente em recessão (dois trimestres seguidos de contração do PIB) e tem a pior taxa de desemprego entre os países da zona do euro: 24,4%. O índice chega a mais de 50% na faixa etária entre 15 e 24 anos, nível comparável apenas à taxa da Grécia. Apesar disso, o governo rejeita a hipótese de que vá pedir ajuda financeira às autoridades da União Europeia: "Não temos falado de nada disso, e converso com os principais dirigentes europeus praticamente todas as semanas", afirmou Rajoy. Na semana passada, o governo anunciou a estatização parcial do Bankia, o terceiro maior banco espanhol. A medida foi tomada para tentar conter a crise no setor financeiro do país, que sofre com a inadimplência no setor de crédito imobiliário. ITÁLIA Também abalada pela crise e pelas medidas de austeridade, a Itália viu ontem um grupo anarquista ameaçar o premiê Mario Monti com um atentado terrorista. Essa organização, chamada Núcleo Olga da Federação Anarquista Informal - Frente Revolucionária Internacional, se disse responsável pelo ataque ao chefe de empresa de engenharia nuclear na semana passada. O país também vê o crescimento de suicídios de empresários, que perderam com a crise. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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