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China detém quatro ativistas de direitos humanos sul-coreanos

Detidos estariam dando assistência a desertores da Coreia do Norte

DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A SEUL

O governo chinês mantém detidos quatro ativistas sul-coreanos ligados à defesa dos direitos humanos na fronteiriça Coreia do Norte.

Eles foram capturados em 29 de março em Dalian, na província chinesa de Liaoning. Mas foi no início desta semana que a Rede para Democracia e Direitos Humanos na Coreia do Norte, baseada em Seul, comunicou a detenção. O governo sul-coreano confirma.

O Ministério das Relações Exteriores e Comércio da Coreia do Sul pede a soltura dos ativistas.

À Folha Jang Keun-ho, diretor-geral do escritório latino-americano, afirmou que trata-se de uma questão de "respeito às leis internacionais e, principalmente, aos direitos humanos".

"Aceitaremos de bom grado se o Brasil ou qualquer outro país tiver interesse em nos ajudar a resolver essa questão", disse.

Entre os quatro detidos, está Kim Young-hwan, 49, conhecido por ter sido ferrenho defensor do regime comunista nos anos 1980 e 90 e, depois, passar a criticá-lo.

Ele pregou a filosofia da "juche" em faculdades sul-coreanas por meio de uma série de artigos publicados com o codinome "Aço". Os textos foram vistos como uma "bíblia pró-Coreia do Norte" na época, segundo o jornal sul-coreano de língua inglesa "Korea Joongang Daily".

Kim chegou a ser levado a Pyongyang (capital da Coreia do Norte) por um submarino e supostamente conheceu o ex-ditador Kim Il-sung, de quem teria recebido ordens diretas.

Ele foi preso na Coreia do Sul em 1999 pelo ativismo pró-Norte, mas em seguida obteve libertação ao dizer-se "convertido à democracia". A partir desse episódio, passou a defender a redemocratização da Coreia do Norte.

Kim e os demais ativistas estavam supostamente ajudando desertores norte-coreanos. Não está claro que tipo de atividade eles executavam, mas Kim é detido pela acusação de "ameaça à segurança nacional".

Autoridades sul-coreanas estiveram com o ativista no fim do mês passado e afirmam que ele passa bem.

O jornalista DIOGO BERCITO viajou a convite do Ministério de Cultura, Esportes e Turismo da Coreia do Sul

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