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Para analistas, Santander, forte no Brasil, está protegido

NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MADRI

O Santander UK, braço britânico do maior banco espanhol, se esforçou nesta semana para convencer o mercado da sua independência. Motivo? Um governo local sacou 3 milhões de libras com receio de que o dinheiro pudesse ser repatriado, caso a banca espanhola siga anêmica. Não ajudou a Moody's ter rebaixado a nota do grupo.

Analistas, no entanto, consideram improvável que as subsidiárias do Santander sejam contaminadas. E ressaltam que o banco, assim como o BBVA, tem maior diversificação geográfica e menos exposição a ativos de risco que seus compatriotas.

O modelo de negócios do Santander prevê que cada subsidiária se financie independentemente e tenha capital próprio. Mais de 88% dos ativos totais do Santander brasileiro (27% da receita do grupo), por exemplo, estão no Brasil, segundo o banco calculou para a Folha.

"O que o Santander fez e pode continuar fazendo é vender mais ações de subsidiárias locais, que continuarão exercendo controle sobre o banco e que podem dar sua contribuição para a companhia-mãe", diz Mauro Guillén, diretor do Instituto Lauder da Wharton School.

Esse modelo, somado às regulações financeiras dos países sobre volume de remessas, faz com que cada unidade do banco fique de certa forma protegida.

"A crise espanhola foi refletida no rating, ainda que o Santander tenha seu negócio internacionalizado e diversificado, com apenas 12% da receita vinda da Espanha", diz Manuel Romera, gestor do setor financeiro da IE Business School, em Madri.

Caixas como o Bankia, estatizado na semana passada, têm em seus balanços rastros dos problemas espanhóis: bolha imobiliária, recessão, desemprego. Com inadimplência em alta e ativos em baixa, esses bancos dependentes do mercado interno estão sofrendo.

O Santander tem muita exposição à dívida privada e pública espanhola, mas sua taxa de inadimplência é bem menor que a média do país e o grupo conseguiu liquidar ativos tóxicos há mais tempo.

Para responder às novas regras de provisionamento, executivos do Santander afirmam confiar que o lucro de 2012 cobrirá o extra exigido (€ 5 bilhões). De janeiro a março, o banco lucrou €1,6 bilhão, queda de 24%.

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