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Otan antecipa sua retirada do Afeganistão

Aliança militar ocidental anuncia que operação de saída começa em 2013, e não mais em 2014, quando deve terminar

Há 139 mil militares atualmente em serviço no país; gastos com segurança chegam a mais de US$ 4 bilhões

Spencer Platt/France Presse
Ativistas associados ao "Ocupe Wall Street" protestam em Chicago contra reunião da Otan
Ativistas associados ao "Ocupe Wall Street" protestam em Chicago contra reunião da Otan

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

A Otan, principal aliança militar ocidental, anunciou ontem que vai antecipar o fim de suas operações de combate no Afeganistão e passará o comando da segurança no país às forças de Cabul já em meados do próximo ano.

O plano original era encerrar as operações, em curso desde 2001, no ano seguinte. A meta persiste, mas o grupo decidiu que 2014 marcará o fim do processo, não o início.

"Os líderes [dos países da Otan] reafirmaram seu compromisso com a transição e concordaram em fixar uma meta intermediária, em meados de 2013", diz o texto do governo dos EUA, anfitrião da cúpula em Chicago.

As forças de segurança nacionais assumirão então o comando das missões de combate, enquanto as da Otan passarão a um papel de apoio focado em treinamento e assistência até o fim de 2014.

É a data que Barack Obama, em campanha para se reeleger presidente dos EUA, fixou para a saída americana.

A Isaf (Forças Internacionais de Assistência à Segurança, na sigla em inglês), que inclui a Otan e aliados, tem hoje quase 139 mil militares no Afeganistão. Dois de cada três deles vêm dos EUA.

Apesar do anúncio de retirada, Obama insistiu que continuará a "apoiar" o Afeganistão, país que os EUA invadiram após o 11 de Setembro porque o governo da época, encabeçado pelo movimento Taleban, abrigava a Al Qaeda. "Teremos muito trabalho ainda", disse Obama.

Segundo ele, a transição começa já: "Estamos vendo progresso, e 75% dos afegãos vivem em áreas que logo serão controladas pelas forças afegãs". O anúncio não desfaz as dúvidas sobre o processo. A principal é sobre a capacidade das forças locais, já que as mortes de civis em decorrência de ataques de insurgentes têm aumentado nos últimos três anos.

Outra incerteza é quem arcará com as despesas de segurança no Afeganistão, estimadas em US$ 4,1 bilhões (R$ 8,2 bilhões).

A cúpula tampouco resolveu o impasse com o Paquistão, que fechou seu território para a passagem de suprimentos militares ao vizinho. Ontem, os relatos eram de que a negociação "evoluía".

Com agências de notícias

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