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ONU diz estar perto de acordo com Irã de inspeção nuclear Técnicos da AIEA teriam acesso à central militar de Parchin, algo que Teerã até agora não havia permitido Ocidente acredita que país persa esteja desenvolvendo artefatos nucleares, o que o governo nega SAMY ADGHIRNIDE TEERÃ A AIEA, a agência de energia atômica da ONU, disse ontem estar perto de um acordo pelo qual o Irã permitirá a seus inspetores investigar indícios de que trabalhou na construção de uma bomba nuclear numa base militar. O anúncio surge um dia após encontro em Teerã entre o chefe da AIEA, Yukiya Amano, e autoridades iranianas e reforça o otimismo na véspera de uma reunião política em Bagdá entre o Irã e as grandes potências. "A decisão de concluir o acordo foi tomada. Posso dizer que será assinado em breve", disse Amano, sem dar mais detalhes. "Compreendemos melhor as posições um do outro", acrescentou Amano. O diplomata deixou claro que "divergências" persistem, mas afirmou que o acordo planejado atende a principal preocupação da agência: o acesso dos inspetores da ONU à central militar de Parchin, sul de Teerã. Em novembro, a AIEA divulgou um relatório, feito com base em agências de espionagem não identificadas, afirmando existir sinais "críveis" de que o Irã testou em Parchin artefatos normalmente usados na fabricação da bomba nuclear. Desde então, a agência pediu reiteradas vezes para visitar a base, examinar documentos e entrevistar cientistas. Um centro de estudos americano disse há algumas semanas ter obtido imagens de satélite mostrando que o Irã está "limpando" o local. Teerã nega querer a bomba e diz que só enriquece urânio para fins medicinais e energéticos. O Irã argumenta em seu favor que Parchin não é uma central nuclear, mas uma instalação militar e, pelos acordos internacionais, não está sujeita a inspeções. Mas nas últimas semanas o Irã vinha dizendo que concordaria com os pedidos da agência, permitindo inclusive o acesso à base, desde que fossem definidas formas mais amplas do diálogo nuclear. As perícias da AIEA norteiam as conversas políticas sobre o dossiê iraniano. Uma nova rodada ocorre hoje em Bagdá entre o Irã e o grupo conhecido como P5+1 (Rússia, China, EUA, França, Reino Unido e Alemanha). BARGANHA Especula-se que Teerã usará a concessão sobre Parchin como barganha para obter um alívio das sanções econômicas impostas por EUA, União Europeia e ONU. As últimas punições, que devem entrar em vigor a partir de julho, preveem embargo à exportação de petróleo, alicerce do regime. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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