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Pressionada, Europa discute crescimento

Líderes se reúnem para debater medidas como emissão conjunta de títulos, enquanto FMI e OCDE cobram soluções

Órgão do Congresso dos EUA prevê recessão em 2013 caso corte de gasto e aumento de impostos sejam postos em prática

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Os líderes da União Europeia se reúnem hoje em Bruxelas para discutir medidas de crescimento pressionados por declarações vindas do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Ontem, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que houve melhora no modo de lidar com a crise de dívidas soberanas no continente, mas pediu aos líderes que façam mais para "respaldar o crescimento".

Lagarde sugere que isso seja feito por reformas estruturais, não pela via de incentivos -conciliando o discurso da austeridade fiscal, defendido pela Alemanha, com o do crescimento, promovido pelo novo governo francês.

Já a OCDE divulgou ontem estudo que mostra que a economia global começa a se recuperar, mas de forma frágil e bastante dependente do que vai acontecer com a crise na zona do euro.

Entre as medidas que a OCDE (grupo de 34 países) sugere aos líderes europeus, estão a elevação dos fundos de resgate para países em crise, o incentivo ao mercado único e o aumento do volume de financiamentos do Banco Europeu de Investimentos para projetos de infraestrutura.

O principal item na pauta da reunião, que tem caráter informal, deve ser a criação de títulos emitidos em conjunto pelos países da zona do euro, os eurobônus.

Esses papéis poderiam gerar recursos para empréstimos a países que usam a moeda única.

A proposta conta com o apoio da França, Itália, Grécia e demais países em crise, para quem os bônus garantidos coletivamente representariam rolagem da dívida a juros mais baixos.

Mas é fortemente rejeitada por Alemanha, Áustria, Finlândia e Holanda, que temem ter de garantir os bônus para países fiscalmente irresponsáveis.

"Sempre deixamos claro que, enquanto não houver política fiscal integrada na Europa, nós seguiremos rejeitando qualquer financiamento por meio dos eurobônus", afirmou o vice-ministro das Finanças da Alemanha, Steffen Kampeter.

Um projeto-piloto de títulos garantidos conjuntamente, contudo, foi aprovado pelos diplomatas europeus. Os papéis, que chegam a € 230 milhões, serão usados para custear projetos de infraestrutura, especialmente em transportes, energia e comunicações, desde que envolvam mais de um país.

RECESSÃO AMERICANA

Para a OCDE, os EUA devem crescer 2,4% neste ano, ante 1,7% em 2011.

Porém, o CBO (órgão independente do Congresso americano) disse que a maior economia do mundo caminha para a recessão no ano que vem caso os cortes de gastos e os aumentos de impostos previstos entrem em prática.

O último ciclo negativo da economia dos EUA começou em dezembro de 2007 e durou até junho de 2009 -foi o mais longo desde a Grande Depressão, de 1929.

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