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Retração da Europa é a maior em 3 anos

Atividade industrial encolhe pelo 4º mês seguido; nem mesmo a Alemanha, ilha de calmaria no continente, escapa

Draghi, do BCE, cobra 'salto corajoso' por parte de líderes europeus após falta de consenso na reunião feita anteontem

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Enquanto os líderes europeus não chegam a um consenso sobre a necessidade de políticas de crescimento, a atividade industrial da região teve neste mês a maior contração desde julho de 2009 -nem mesmo a Alemanha deixou de encolher.

Foi o quarto mês consecutivo de retração das indústrias manufatureira e de serviços, mostrando as dificuldades internas (as incertezas sobre a permanência da Grécia no euro) e externas, com países como a China reduzindo o seu apetite por bens.

O setor manufatureiro é o que mais sofre, com o décimo mês seguido de contração, algo que não acontecia desde o período 2008-2009.

Até a Alemanha, a maior economia europeia e que impediu o PIB da região de encolher no primeiro trimestre (o que, com a contração de outubro a dezembro de 2011, caracterizaria a recessão técnica), foi afetada pela crise.

O Índice de Gerente de Compras (nome do indicador industrial) da zona do euro caiu para 45,9 pontos (ante 46,7 pontos em abril; valores abaixo de 50 mostram contração), e o alemão recuou para 49,6 -0,9 ponto menos que no mês passado.

A contração da indústria alemã foi a primeira desde novembro do ano passado e a segunda em 34 meses.

A indústria francesa, que já estava encolhendo, teve neste mês a retração mais aguda desde abril de 2009.

O indicador é mais um que sinaliza que as dúvidas sobre a continuidade da Grécia na zona do euro estão afetando não só os mercados, mas também a confiança do consumidor europeu e a indústria.

Ele também aumenta os temores de que a recessão prevista para este ano pode ser ainda pior do que as estimativas iniciais apontavam.

E alguns analistas já esperam que o Banco Central Europeu (BCE) tome novas medidas, seja retomando o corte de juros, seja fazendo uma nova oferta de crédito aos bancos com taxas baixas.

O presidente do BCE, Mario Draghi, pediu ontem aos líderes do bloco que tomem medidas mais fortes para resolver a crise da dívida.

"Chegamos agora ao ponto em que o processo europeu de integração precisa de um salto corajoso de imaginação política", disse. "Não há crescimento sustentável sem contas públicas em ordem."

A declaração de Draghi foi feita após os líderes não chegarem a um consenso anteontem nem sobre a Grécia nem sobre os eurobônus, títulos que seriam emitidos em conjunto pelos países.

Apesar de a chanceler Angela Merkel ter reiterado ser contra os eurobônus, o premiê italiano, Mario Monti, disse que a Alemanha pode ser persuadida a apoiar o "bem comum" europeu.

Além dos problemas internos, a China, terceiro maior mercado das exportações da zona do euro, tem forte desaceleração, e sua indústria encolhe há sete meses.

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