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Incidentes dão fôlego a onda de xenofobia em cidades da China

Operação busca estrangeiros ilegais em Pequim; Brasil faz alerta

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Dois episódios gravados em vídeo de mau comportamento envolvendo estrangeiros na China estão provocando uma onda de xenofobia no país. A aversão é sentida principalmente na capital, Pequim, onde a polícia, pressionada, passou a fazer operações em busca de expatriados em situação irregular.

O caso que mais revoltou a opinião pública é o de um britânico que tentou violar uma chinesa numa avenida de Pequim, à noite. Nas imagens, é possível ver a mulher com a roupa rasgada. Em seguida, o atacante é quase linchado.

Entre milhares de comentários na internet contra estrangeiros, o mais controverso veio do âncora do canal estatal CCTV Yang Rui. Em seu blog, exortou a polícia a perseguir o "lixo estrangeiro".

A polícia de Pequim lançou uma campanha de cem dias contra estrangeiros ilegais e já vem fazendo "varreduras" em regiões frequentadas por expatriados. Criou também uma linha especial para denúncias.

Anteontem, o consulado brasileiro em Pequim orientou, via comunicado, a portar documentos e a entrar em contato em caso de "qualquer tipo de incidente com as autoridades policiais chinesas".

"Nas mais de três décadas em que vivo na China, nunca experimentei tanta intranquilidade", escreveu a jornalista Didi Kirsten Tatlow, do jornal "New York Times".

"Apesar de alimentar um sentimento antiocidental, os chineses são pragmáticos. Têm consciência de que precisam de investimentos e tecnologia estrangeira. Amar ou odiar, eis o dilema dos chineses", diz o historiador Eric Vanden Bussche, da Universidade Stanford (EUA).

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