Candidatos alegam fraude no primeiro turno da eleição no Egito

Quatro candidatos à Presidência do Egito alegam fraude e entraram com recursos para que a comissão eleitoral reconte os votos.

O líder do Partido Liberdade e Justiça, da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, 59, e Ahmed Shafiq, 70, o último primeiro-ministro do ditador deposto Hosni Mubarak, são os dois mais votados do primeiro turno, ocorrido entre quinta e sexta passadas.

O secretário-geral da comissão eleitoral, Hatem Bagato, disse que investiga as reclamações dos candidatos: o socialista Hamdin Sabahi, o islâmico independente Abdel Moneim Abou Fotouh, o ex-chefe da Liga Árabe Amr Moussa e Shafiq, que disse ter recebido votos em uma província, mas que não foram incluídos na contagem.

O socialista Sabahi pediu a recontagem parcial dos votos depois que ficou em terceiro por uma margem de 700 mil votos atrás de Shafiq. Em comunicado, a campanha de Sabahi disse que seus representantes querem que os resultados oficiais não sejam anunciados até que a elegibilidade dos eleitores em cinco províncias seja revisada.

Fotouh, que terminou em quarto, também pediu adiamento dos resultados oficiais. Seu advogado disse ter provas de que votos foram dados em nome de pessoas mortas e subornos foram pagos em troca de votos.

Os resultados finais do primeiro turno devem ser divulgados oficialmente amanhã.

TRANSPARÊNCIA

A eleição foi considerada a mais livre e transparente no país depois de décadas. Juízes estiveram em cada seção eleitoral. Monitores locais e internacionais, bem como jornalistas e representantes dos candidatos, foram autorizados a supervisionar o processo.

Mas houve problemas. O ex-presidente americano Jimmy Carter disse que sua ONG teve restrições.