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Irã mantém produção de urânio e fará novas usinas

Regime rejeita parar enriquecimento de urânio a 20%, como pedem potências

Chefe nuclear iraniano desmentiu também acordo com agência da ONU e rejeitou visita a um complexo militar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Fereidoun Abbasi, afirmou ontem que não há razões para parar de produzir urânio enriquecido a 20% já que o país planeja construir dois novos reatores nucleares.

O fim do enriquecimento de urânio a 20%, usado para a produção de componentes químicos medicinais, é uma das principais demandas das potências na negociação nuclear com o Irã.

Elas temem que este urânio possa ser enriquecido rapidamente aos 90% necessários à fabricação da bomba atômica. Teerã afirma que seu programa nuclear é exclusivamente pacífico.

Abbasi afirmou que o Irã vai continuar enriquecendo urânio para alimentar um reator de pesquisas médicas que produz isótopos para tratamento de cerca de 1 milhão de pacientes de câncer.

"Não há razão para recuarmos, já que produzimos apenas a quantidade de urânio a 20% que precisamos. Nem mais, nem menos", disse.

Abbasi disse ainda que o Irã está planejando ao menos dois novos reatores com capacidade de mil megawatts e que a construção começaria em um ou dois anos.

As declarações diminuem ainda mais a expectativa de um acordo entre o Irã e as seis potências, Alemanha, França, Reino Unido, China, EUA e Rússia.

A última rodada acabou em impasse na semana passada justamente porque o Irã se recusa a abrir mão de enriquecer urânio a 20%, em troca da amenização das sanções contra o país.

Há um novo encontro marcado para os dias 17 e 18 junho, em Moscou. Mas, se o diálogo fracassar, as potências já planejam ampliar as sanções sobre as exportações iranianas a partir de 1º de julho.

ONU

Abbasi disse ainda que o Irã "não foi convencido" pela AIEA, a agência nuclear da ONU, a permitir o acesso ao complexo militar de Parchin. "Nenhum motivo ou documento foi apresentado para permitir que nós arranjemos a visita", disse.

A ONU suspeita que Teerã tenha testado secretamente no local, em 2003, explosivos necessários para detonar uma bomba nuclear.

As declarações são um golpe contra a AIEA, que anunciou na terça-feira passada estar perto de um acordo pelo qual o Irã permitiria a seus inspetores investigar Parchin.

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