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China deve incentivar setor automotivo

Medidas são resposta a freada da economia e incluirão subsídio para troca de carros e para veículos de baixo consumo

Vendas de veículos no país recuaram 1,33% de janeiro a abril, e a meta das montadoras é crescer 8% neste ano

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

A China deve anunciar nos próximos dias medidas para reaquecer as vendas de automóveis, em meio a diversas evidências de que a segunda maior economia do mundo dá sinais de uma freada mais brusca do que o esperado.

Similares aos usados em 2009, os incentivos incluem subsídio a habitantes da área rural para trocar carros antigos por novos e para carros de baixo consumo de combustível. Ainda não se sabe se a medida abrangerá compras de ônibus e caminhões.

A China é o maior mercado mundial de automóveis. Mas as vendas caíram 1,33% entre janeiro e abril ante o mesmo período de 2011, segundo a associação chinesa das montadoras. A meta do setor para 2012 é crescer 8%.

Além do setor automotivo, o governo estimulará outros sete, segundo anúncio do Conselho de Estado (equivalente ao gabinete ministerial).

"É tarefa importante e estratégica desenvolver indústrias emergentes, principalmente quando a economia enfrenta crescente pressão negativa", afirmou um comunicado do conselho, presidido pelo premiê Wen Jiabao.

As áreas citadas são tecnologia da informação, biologia, equipamentos industriais avançados, novas energias, novos materiais, veículos movidos a novos combustíveis e proteção ambiental.

Analistas e porta-vozes do governo têm afirmado que, apesar dos sinais de enfraquecimento, a China não irá lançar nenhum megapacote de estímulo como o de 2008/ 2009, que gerou pressão inflacionária relativamente forte e aumentou ainda mais a dependência de investimento estatal para o crescimento.

"De repente, a China se encontra condenada se infla e condenada enquanto desinfla. Após aparentemente navegar com eficiência pela crise mundial, a economia do país está num difícil ponto de inflexão, exigindo grandes mudanças em suas políticas e a aceitação de um crescimento bem menor por ao menos alguns anos", escreveu o economista Charles Dumas no jornal "Financial Times".

No primeiro trimestre, o PIB chinês cresceu 8,1%, o pior desempenho desde a crise de 2008. Em abril, dados como consumo de energia e balança comercial ficaram abaixo das expectativas.

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