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Papa se queixa da ação da mídia no caso 'Vatileaks'

Para Bento 16, parte da imprensa amplificou insinuações que não correspondem à verdade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O papa Bento 16 criticou a mídia ontem em seu primeiro pronunciamento sobre o "Vatileaks", escândalo em torno de documentos vazados do Vaticano que já levou à detenção de seu mordomo.

Durante sua audiência semanal na praça São Pedro, o pontífice afirmou que parte da imprensa amplificou "insinuações totalmente gratuitas e que vão muito além dos fatos. Elas transmitem uma imagem da Santa Sé que não corresponde à verdade".

Bento 16 disse que os acontecimentos recentes trouxeram "tristeza" a seu coração e agradeceu aos auxiliares que continuavam a seu lado "com lealdade e espírito de sacrifício -e em silêncio".

O escândalo eclodiu em janeiro, quando o jornalista Gianluigi Nuzzi revelou cartas de 2011 do arcebispo Carlo Maria Vigano para o papa.

Vigano, então vice-governador do Vaticano, pediu que Bento 16 não o transferisse, para que ele continuasse lutando contra "corrupção e abuso" na Santa Sé. O pedido não foi atendido -hoje ele é embaixador nos EUA.

O caso retornou ao noticiário na semana passada com a prisão de Paolo Gabriele, o mordomo do papa, em cujo apartamento foram encontrados documentos que não deveriam estar sob sua guarda. Ele ainda será interrogado.

Especialistas divergem sobre a motivação dos vazamentos. Para alguns, o objetivo é minar as tentativas do Vaticano de dar mais transparência às suas finanças.

Outros veem uma tentativa de desacreditar Tarcisio Bertone, secretário de Estado da Santa Sé e número 2 de Bento 16, alvo de referências negativas em cartas trocadas entre o papa e seu secretário.

Nuzzi, cujo livro recém-publicado já se tornou best-seller na Itália, negou acusações de crime feitas por setores da igreja e disse que nenhum dos papéis vazados ameaça a segurança do Vaticano.

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