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Análise / Crise mundial

Sexta foi ruim para ''gastadores'' e ''austeros''

Dados de emprego nos EUA, que defendem investimento, e na Europa, que insiste em cortes, mostram piora econômica

A JULGAR PELOS DADOS DIVULGADOS ONTEM, PORÉM, OS DOIS LADOS PERDERAM

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

Muitos já escreveram que o grande embate econômico atual é entre os que defendem gastos públicos para incentivar o crescimento e aqueles que se agarram às políticas de cortes para equilibrar as contas dos governos.

Grosso modo, um lado é representado pelos Estados Unidos. O outro, pela Europa liderada pela chanceler alemã, Angela Merkel.

A julgar pelos dados divulgados ontem, porém, os dois lados perderam.

O desemprego nos EUA subiu pela primeira vez em 11 meses e está agora em 8,2%.

A baixa criação de empregos em maio (69 mil) não foi suficiente para compensar o maior número de pessoas em busca de trabalho.

Além disso, o crescimento do país no primeiro trimestre foi revisto para baixo.

Na União Europeia, o desemprego ficou estagnado, mas em elevados 11%.

Nos EUA, 12,7 milhões estão sem emprego. Na Europa, quase o dobro (24,7 milhões).

Pior, nos dois lados do Atlântico, quem consegue um trabalho tem de aceitar salários menores; quem está parado não vê perspectivas de mudança -42,8% dos americanos desempregados estão nessa situação há mais de seis meses.

É claro que os debatedores continuam a defender seus argumentos, apesar de a macroeconomia ser muito mais complexa que apenas uma opção entre gastos e cortes.

O presidente americano, Barack Obama, culpa a Europa pelo fraco desempenho de seu país. Pode parecer defesa de um candidato à reeleição, que sabe que não pode se dar ao luxo de apresentar números tão frustrantes. Mas não deixa de ter razão.

A Europa é importante demais e pode sozinha afetar o mundo todo. Somadas, as economias dos 27 países da União Europeia equivalem a 26% do conjunto do planeta. A China não chega a 10%.

Os europeus são responsáveis por 16,7% do comércio mundial. O percentual brasileiro não chega a dois.

É por isso que o mundo inteiro está com olhos (raivosos) voltados para o Velho Continente.

Da Índia (cujo crescimento esfriou) ao Brasil, com seu decepcionante "pibinho", também divulgado ontem.

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