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Com medo, doleiro esconde cédulas dentro da meia

DE BUENOS AIRES

Com o dólar oficial cada vez mais inacessível para os poupadores comuns, o chamado dólar "blue", ou paralelo, disparou.

Em algumas "cuevas" (casas de câmbio clandestinas) chega a custar 6 pesos (R$ 2,73) -o oficial está a 4,40.

A Folha percorreu alguns pontos de venda do centro de Buenos Aires e conversou com alguns "arbolitos", os vendedores clandestinos.

Sem querer se identificar, temendo os controles da Afip (a Receita Federal argentina), que colocou equipes na rua para localizá-los, eles contam que o movimento de compradores diminuiu muito.

"As pessoas não estão comprando. Estão esperando para ver se o dólar baixa. Se perceberem que não vai cair, vão voltar a comprar", disse um deles, que atua na Florida, a principal via turística da região.

Outro, que entrega dólares em casa, disse que esse recurso tem sido mais utilizado. Com as meias abarrotadas de notas da moeda norte-americana, ele conta que as "cuevas" estão sendo menos procuradas. "As pessoas têm medo de sair na rua com dólares, então temos de entrar em ação", conta, rindo.

Alguns argentinos estão burlando as novas regras ao comprar pacotes turísticos no Uruguai, onde não há a exigência da documentação e de justificativas para viajar. O "El Observador", de Montevidéu, diz que há aumento na procura de argentinos por operadoras do país.

Na última quinta-feira, duas pessoas entraram na Justiça por terem sido impedidas de comprar a moeda norte-americana.

Julio Cesar Duran, de Mar del Plata, revoltou-se por não poder comprar US$ 10, que dividiria entre seus dois netos, como presente.

O outro caso é de uma mulher que vive em Londres e foi impedida de comprar dólares para voltar para a capital do Reino Unido.

(SC)

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