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Europa avalia ajuda direta a banco com falta de liquidez

Espanha defende medida, mas Alemanha prefere enviar dinheiro aos governos, e não a instituições financeiras

Portugal anuncia que vai injetar € 6,6 bi em três de seus maiores bancos para cumprir nova regra europeia

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

A União Europeia indicou ontem que pode mudar as regras do fundo de resgate europeu para países em crise, medida que facilitaria a resolução dos problemas do setor bancário na Espanha.

Olli Rehn, vice-presidente da Comissão Europeia e também comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, afirmou em Bruxelas que os recursos poderão ser usados diretamente para recapitalizar os bancos, sem que precisem passar pelos governos.

Na semana passada, Rehn havia dito que essa hipótese, que conta com a oposição da Alemanha, não era possível.

Também ontem, o governo português, que acertou um plano de resgate no ano passado, anunciou a injeção de € 6,6 bilhões em três dos maiores bancos (Banco Comercial Português, Banco Português de Investimentos e Caixa Geral de Depósitos) para recapitalizá-los segundo nova exigência europeia.

A Alemanha, a maior economia do continente e defensora das medidas de austeridade fiscal, deseja que todo o dinheiro seja repassado para governos, sob estritas condições, exigindo reformas estruturais e tendo garantias em troca do empréstimo -o que não seria possível se a verba fosse diretamente repassada aos bancos.

Se a mudança for aprovada, a Espanha não precisará recorrer a um pedido de resgate -como já aconteceu com Grécia, Irlanda e Portugal- para resolver os problemas do seu setor bancário.

Em Brasília, o presidente do banco Santander, Emílio Botin, afirmou que os problemas do sistema financeiro espanhol seriam resolvidos se a União Europeia emprestasse € 40 bilhões a quatro grandes bancos -aproximadamente 10% da receita que a Espanha projeta arrecadar neste ano e 3,7% do PIB.

Embora se oponha à alteração do fundo para resgate a países em crise, a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou apoiar os mecanismos europeus de supervisão bancária e a possibilidade de maior atuação das autoridades do continente durante crises, mas no médio prazo.

Uma saída da Grécia da zona do euro, outra grave preocupação do continente, foi avaliada pela agência de classificação de riscos Standard & Poor's como cenário com ao menos uma possibilidade de acontecer em cada três.

O G7 (grupo das sete maiores economias do mundo) fará hoje conferência telefônica de emergência.

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