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Assad abre Síria à ajuda humanitária de equipes da ONU Nações Unidas estimam que, após 15 meses de revolta, país tenha hoje 1 milhão de pessoas em situação crítica Desabastecimento de produtos básicos leva muitos sírios a questionar as sanções econômicas dos EUA MARCELO NINIODE JERUSALÉM Depois de 15 meses de violência e com o país praticamente fechado à ajuda humanitária internacional, o governo da Síria aceitou liberar a entrada de equipes de assistência da ONU. Enquanto prometia abrir as portas para a ONU, o regime decidiu fechá-las para 17 diplomatas, que declarou personae non gratae. Foi uma retaliação à expulsão de representantes sírios dos EUA e de mais dez países na semana passada, em protesto pelo massacre de 108 pessoas em Houla. O acordo com a ONU prevê o acesso das equipes às quatro províncias mais atingidas pela violência. A ONU estima que 1 milhão de pessoas na Síria precisem de ajuda humanitária. Depois de várias promessas quebradas pelo regime do ditador Bashar Assad, incluindo o cumprimento do cessar-fogo, o acordo foi recebido com cautela. "Liberdade de movimento, acesso desimpedido à ação humanitária dentro da Síria", disse John Ging, que coordena a missão, enumerando o que a ONU espera. "A boa-fé do governo será testada hoje, amanhã e também no dia seguinte." Kelly Clements, do Departamento de Estado dos EUA, um dos países mais críticos a Assad, lembrou que o acesso humanitário é "uma porção-chave" do Plano Annan, que estabeleceu o cessar-fogo. "Palavras no papel são uma coisa. Queremos ver ação já", ressalvou. Além das áreas na linha de fogo, o país inteiro sofre com o aumento de preços. Sem acordo na ONU para um embargo de armas, o regime continua recebendo-as da Rússia. Arábia Saudita e outros países do golfo armam o lado dos rebeldes, com apoio dos EUA e da União Europeia, enquanto a Síria afunda para a guerra civil. Os últimos dias foram os mais sangrentos para as tropas leais a Assad desde o início do levante contra o regime, há 15 meses. Rebeldes afirmam ter matado 113 soldados em três dias. Armas não faltam, mas o desabastecimento de produtos básicos leva muitos sírios a questionar as sanções econômicas de EUA e UE. "Afetam tragicamente as pessoas, muito mais que o regime", diz à Folha o estudante Hazem, de Damasco. "Procurando se acha qualquer coisa, mas os preços são altíssimos." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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