Obama sofre derrota em Estado-chave para sua reeleição

O Partido Democrata e, por tabela, o presidente Barack Obama sofreram sua pior derrota em três anos com a vitória por quase dez pontos percentuais do governador republicano Scott Walker em uma eleição extemporânea no Estado de Wisconsin, chave na corrida à Casa Branca.

Walker, no cargo há 18 meses e alvo de protestos por limitar os direitos dos sindicatos de funcionários públicos, foi posto à prova em uma eleição de "recall" -nos EUA, pode-se revogar nas urnas o mandato de políticos eleitos, desde que haja apoio popular expressivo para a eleição.

Foi recolhido mais de 1 milhão de assinaturas para a eleição de anteontem, após sete meses de uma campanha acirrada e superinflada por recursos trazidos de fora do Estado pelos dois partidos e seus financiadores.

Walker, porém, acabou vencendo com 53,2% dos votos contra 43,6% do seu rival democrata, o prefeito de Milwaukee, Tom Barrett.

O volume de recursos e a disseminação nacional da propaganda do "recall" levaram analistas americanos a chamá-lo de "a segunda eleição mais importante deste ano", atrás apenas da presidencial, em novembro, e à frente da do Congresso.

Em vão, o governo federal tentou minimizar a derrota.

"Mesmo que Obama tenha guardado distância do Estado nas últimas semanas, seu partido, sua equipe e seus aliados no movimento trabalhista empenharam um enorme esforço que se provou ineficaz contra a máquina republicana", escreveu Michael Shear no "New York Times".

Wisconsin, Estado de 5,7 milhões de habitantes na região dos Grandes Lagos, norte do país, foi observado atentamente por duas razões.

A principal é o debate em torno dos sindicatos e seu alcance, que levou ao "recall". Demonizados pelos republicanos, são peça central da base e da plataforma de Obama.

A outra era teste de campanha: entre os que não seguem um partido, o Estado votou em Obama em 2008.