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Inglês defende função social da arquitetura

Cameron Sinclair fez na 3ª, em São Paulo, palestra no ciclo Fronteiras do Pensamento

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

A conferência do britânico Cameron Sinclair, 39, anteontem em São Paulo, no ciclo Fronteiras do Pensamento, foi uma espécie de chamamento a uma arquitetura de viés mais social que estético.

"Não trabalho nem com ego nem com logo", resumiu o fundador da ONG Architecture for Humanity (arquitetura para a humanidade).

A organização apoia mais de 500 profissionais que projetam, em 42 países, abrigos e complexos sociais em áreas negligenciadas pelo poder público ou atingidas por desastres naturais.

"O ego do arquiteto nunca deve ser maior que o foco no benefício que a obra deve gerar à comunidade. E não permitimos que nenhuma marca que nos financia com doações capitalize os projetos", comentou, referindo-se a empresas como a Nike, que cede recursos para a ONG sem a contrapartida publicitária.

Entre os projetos expostos por Sinclair, estavam uma pista de skate em Cabul, no Afeganistão, chamada "Skatistão"; a reconstrução de casas no Haiti, após o terremoto que devastou o país em 2010, e um complexo residencial e escolar para crianças chinesas em áreas próximas ao local de trabalho dos pais.

"Nosso desafio deve ser construir para as gerações futuras, conservando os traços marcantes da comunidade", explicou Sinclair.

Para ele o conceito de arquitetura deve reunir aspectos indispensáveis, como projetos educacionais, esportivos, de assistência social e geração de energia renovável.

"Dar abrigo sem dar emprego é inútil. Você vai acabar favorecendo a segregação", comentou.

Ele também mencionou o projeto de um centro esportivo para a Associação de Moradores da Cohab Adventista 1, no Capão Redondo (zona sul de SP), que está parado desde outubro do ano passado por entraves burocráticos.

"Os políticos precisam encontrar meios de tirar a burocracia do caminho do desenvolvimento", sugeriu, dizendo que não há previsão de retomada das obras.

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