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China corta juros contra a desaceleração

É a primeira vez que o gigante asiático reduz taxa, desde a eclosão da crise econômica mundial em 2008

Medida anunciada ontem provocou alta nas Bolsas na Ásia e na Europa; petróleo, porém, fechou o dia em baixa

Soo Hoo Zheyang - 30.nov.2011/Reuters
Fachada do banco central da China, que reduziu os juros
Fachada do banco central da China, que reduziu os juros

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Na tentativa de reverter a desaceleração brusca da economia, o banco central da China cortou ontem a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, na primeira redução desde 2008.

É a medida de estímulo mais importante desde que vários índices da economia chinesa, como a balança comercial e a produção industrial, indicaram problemas no "pouso suave" planejado pelo governo.

O corte, que entra em vigor a partir de hoje, reduz a taxa referencial de empréstimo para um ano a 6,31%, enquanto a taxa para depósito cai para 3,25%.

"A estabilização do crescimento se tornou o foco para muitos países, e a nossa ação mais recente está de acordo com a tendência internacional", afirmou o economista Gao Shuguang, do Centro de Desenvolvimento de Pesquisa, ligado ao Conselho de Estado (gabinete do governo).

As medidas de estímulo provocaram uma alta imediata no preço de algumas commodities. Notícias posteriores sobre a economia dos EUA e da Espanha, porém, derrubaram a cotação do petróleo.

Principal parceira comercial do Brasil desde 2009, a China é a maior compradora de minério de ferro e de soja do país, além de petróleo, entre outras commodities.

Na Europa e na Ásia, o corte levou várias Bolsas a fecharem em alta. Londres, por exemplo, subiu 1,2% no índice FTSE-100, que reúne as maiores empresas listadas.

RITMO

No primeiro trimestre, o PIB chinês cresceu 8,1% em comparação ao mesmo período de 2011, o pior resultado em quase três anos.

O susto maior, porém, veio em abril, com números preocupantes da "economia real", muitos tidos como mais confiáveis do que os do PIB.

Naquele mês, a produção de energia elétrica cresceu somente 0,7%.

Nas últimas semanas, o premiê Wen Jiabao deu diversas declarações afirmando que era preciso combater as pressões negativas na economia por meio de "ajustes preventivos".

Outras medidas de estímulo incluem a aceleração na aprovação de novos projetos de infraestrutura. O governo ainda estuda subsídios para a compra de carros e incentivos a setores estratégicos da indústria.

Pequim, porém, descarta um novo megapacote nos moldes do que foi lançado logo após a eclosão da crise financeira de 2008.

Junto com o corte, o banco central anunciou que dará mais flexibilidade para as instituições financeiras fixarem sua taxa de juros.

Segundo o jornal britânico "Financial Times", o objetivo é fazer com que o dinheiro depositado nos bancos renda mais, estimulando as famílias a consumir uma parte maior do seu rendimento.

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