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Atentados contra xiitas deixam pelo menos 72 mortos no Iraque

Ataques, em várias cidades, foram os mais letais desde saída dos EUA

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

Uma série de atentados aparentemente coordenados contra peregrinos num dia de celebração xiita matou ontem ao menos 72 pessoas e feriu 260 em cidades do Iraque.

Os ataques mais letais desde a retirada das tropas de combate dos EUA, em dezembro, surgem em meio a uma grave crise na coalizão do governo iraquiano, incapaz de proteger a população contra insurgentes ultrarradicais.

A autoria do massacre não foi reivindicada. Mas as suspeitas se voltam principalmente para combatentes sunitas, já que os principais visados eram xiitas que festejam o aniversário da morte do santo Mussa al Kazem, bisneto do profeta Maomé.

Segundo o governo, só em Bagdá houve dez explosões e dois ataques com tiros, que mataram pelo menos 30.

A maior parte das vítimas na capital morreu na explosão de um carro-bomba em Karrada, bairro xiita onde milhares de peregrinos descansavam em barracas antes de seguir até um santuário ao norte da cidade, onde também houve uma explosão.

"As pessoas corriam cobertas de sangue e em meio a corpos pelo chão", relatou um policial à agência Reuters.

Na cidade de Hilla, ao sul de Bagdá, 22 pessoas morreram na explosão de dois carros-bomba em dois restaurantes frequentados por policiais. "É de partir o coração. Só sirenes e gritos dos feridos", disse o dono de um dos restaurantes atingidos.

Também houve ataques em Samarra, Kirkuk, Mosul, Falluja e Ramadi, entre outras cidades. A ofensiva surge três dias após atentado que matou 26 pessoas num bairro xiita de Bagdá, ação reivindicada pelo braço da rede terrorista Al Qaeda no Iraque.

Há temores de que a segurança piore devido à crise que racha o governo do premiê Nuri al Maliki, xiita à frente de uma base de sunitas, curdos e xiitas dissidentes.

Dezenas de deputados tentam organizar um voto de confiança para derrubar Al Maliki, acusado de autoritarismo e de favorecer os xiitas. Mas analistas e diplomatas apostam na sua resistência.

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