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Há limite a poder da Alemanha contra a crise, afirma Merkel

Chanceler alemã rejeita as pressões de vizinhos para ampliar ação e afirma que não há soluções miraculosas

Declaração diante do Parlamento coincide com nova alta recorde dos juros de títulos da dívida espanhola

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em mais um dia de tensão nos mercados, com juros dos títulos da dívida espanhola quebrando novo recorde, a chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que não há "soluções miraculosas" e que há limites para a força alemã na administração da crise europeia.

Em discurso ao Parlamento, a chanceler rejeitou pressões dos vizinhos para ampliar sua ação, afirmando que a Alemanha pode ficar "sobrecarregada" com as crescentes obrigações financeiras provocadas pela crise.

"A Alemanha é forte. É o motor econômico e a âncora da estabilidade na Europa. E a Alemanha aplica sua força em favor do bem-estar do povo não apenas da Alemanha, mas do mundo e da União Europeia. Mas o poder alemão não é ilimitado", afirmou Merkel.

"A saída para a crise só pode ter êxito se todos os países forem capazes de reconhecer a realidade e avaliar realisticamente suas capacidades."

Em uma aparente referência às propostas de criação de eurobônus e de uma união bancária europeia, Merkel disse que "ideias aparentemente simples para a coletivização da dívida" são "inconstitucionais e totalmente contraproducentes".

A Alemanha vem sendo pressionada a apoiar a criação de títulos da dívida garantidos pelo bloco europeu. Mas resiste pelo receio de ser chamada a pagar a conta de países em crise.

Merkel afirmou que a "tarefa hercúlea" da Europa é transformar a união monetária numa união política.

"É nosso dever fazer o que não foi feito [quando o euro foi introduzido em 1999] e pôr fim ao círculo vicioso de sempre novas dívidas, de não se cumprir as regras", afirmou ela. "Estamos aqui numa corrida contra o mercado."

INSUSTENTÁVEL

Ontem, dia seguinte ao rebaixamento da nota da Espanha pela agência de classificação de risco Moody's, os rendimentos dos títulos da dívida espanhóis sofreram nova escalada -apesar de fechado acordo para um socorro de € 100 bilhões ao país.

Os juros sobre os papéis de dez anos ultrapassaram os 7% pela primeira vez na história do euro -nível em que Irlanda, Grécia e Portugal entraram em colapso. Na Itália, o rendimento dos títulos de três anos alcançou 5,3%, o maior nível desde dezembro.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, atribuiu a tensão financeira às eleições na Grécia, neste domingo. Mas reconheceu que a situação não é "sustentável" no longo prazo.

"O governo quer transmitir uma mensagem de calma. Temos o apoio dos nossos sócios europeus. O governo está em cima dos assuntos, está tomando medidas e vai continuar tomando medidas", disse Guindos.

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