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Ajuda à Espanha é passo inicial, diz analista

NATÁLIA PAIVA
EM MADRI

Para o professor David Bach, da IE Business School, em Madri, a ajuda de € 100 bilhões aos bancos é só o primeiro passo para resolver o problema da Espanha, e as economias europeias em crise precisam de união fiscal para manter o euro.

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Folha - Quais são as consequências políticas e econômicas do resgate para a Espanha?
David Bach - É cedo para dizer. O governo finalmente fez o certo, mas está querendo convencer a si mesmo e ao mundo de que não se trata de resgate -é um grande sucesso e tudo está resolvido.
Isso é falso; é só o reconhecimento de que há um problema e o governo não consegue lidar com ele sozinho.
O socorro resolve o sistema financeiro, mas não lida com o alto deficit nem com a baixa produtividade ou com o desemprego de 25%.

Quais são os próximos passos?
Cruzar os dedos para que os relatos de que a Alemanha está começando a mudar de ideia sobre uma união fiscal e de que criará eurobônus [títulos da dívida emitidos por um país, mas assegurados por todos] sejam verdade.
Se você olhar para o prêmio de risco [diferença entre os retornos pagos pelos governos espanhol e alemão por títulos similares], o mercado ainda tem muita dúvida sobre a habilidade do governo de se financiar e crescer. Só funcionará se as reformas continuarem, mas elas custam dinheiro, e o governo tem de achar uma solução que só existe em nível europeu.

E qual é o futuro do euro?
O cenário mais possível é uma integração europeia maior. Acredito que o euro possa sair mais forte em cinco ou dez anos, se alcançarmos integração fiscal. Se a UE tiver de aprovar Orçamentos de países, sua influência vai ser muito maior.
Se isso não ocorrer e a Grécia sair da zona do euro, o que é provável em qualquer caso, uma reação em cadeia pode deixar a zona bem menor.

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