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Austeridade será passado, diz esquerdista grego em comício

Com 50 minutos, último discurso de Alexis Tsipras antes do pleito é aplaudido mais de 45 vezes

Grécia realiza eleições parlamentares neste domingo; bancos centrais se preparam para acalmar mercados

RODRIGO RUSSO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

No último comício da campanha do Syriza (Coalizão da Esquerda Radical) para as eleições parlamentares deste domingo na Grécia, o líder do partido, Alexis Tsipras, 37, enfatizou que o pacote de austeridade será "parte do passado já na segunda-feira".

O líder do segundo partido mais votado nas eleições de maio, que foram incapazes de levar à formação de um governo por impasses nas negociações entre as legendas, fez um longo discurso, de cerca de 50 minutos, sendo interrompido por aplausos do público mais de 45 vezes.

Em vez do tradicional vermelho da legenda, o palco tinha fundo azul-claro e a mensagem "abrindo o caminho para a esperança". O público era majoritariamente jovem e superava o volume do último comício do Syriza na eleição de maio, também na praça Omônia, em Atenas.

Apesar da retórica inflamada, Tsipras tenta convencer o eleitorado e as autoridades europeias de que o fim do pacote de austeridade não significa a saída da Grécia do euro, mencionando o caso espanhol como exemplo.

"A Espanha negociou e foi bem-sucedida em receber auxílio financeiro sem imposição de consolidação fiscal, apesar da chantagem e das ameaças das autoridades que emprestarão o dinheiro", afirmou Tsipras.

Segundo a agência Reuters, os bancos centrais das grandes potências já se preparam para estabilizar os mercados financeiros, garantindo liquidez aos bancos e evitando a escassez de crédito caso o resultado das eleições no país -como a formação de um governo liderado pelo Syriza- perturbe o cenário internacional.

Ontem, a agência oficial de estatísticas da Grécia divulgou que a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2012 chegou a 22,6%, o maior índice desde o início da série estatística, em 1998.

Diversos partidários do Syriza ouvidos pela Folha negaram que os cidadãos gregos estejam retirando todo o dinheiro que guardam nos bancos para investir em estoques de alimentos, por temor de que o país saia da zona do euro após a eleição.

Para Kyriarkos, 33, os rumores são "chantagem dos partidos adversários, burgueses, para desestabilizar a sociedade, pois suas campanhas aderiram à tática do medo". Maria Stela, 25, teme "as dramáticas consequências de o país continuar com o pacote de austeridade, não de sair do euro".

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