Europa se diz pronta para agir contra caos grego

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou ontem que a instituição está preparada para ajudar os bancos europeus caso as eleições de amanhã na Grécia provoquem novas turbulências no mercado financeiro.

"O BCE tem o papel crucial de prover liquidez a parceiros bancários sólidos em troca de contrapartidas adequadas. É o que temos feito ao longo da crise e é o que continuaremos fazendo", disse Draghi em conferência de bancos centrais em Frankfurt.

"Há sérios riscos aqui, que têm a ver principalmente com o aumento da incerteza."

Na semana passada, o BCE manteve sua taxa de juros em 1%, mas Draghi afirmou que uma redução, defendida por alguns membros, pode estar no horizonte.

Ao redor do mundo, de Londres a Tóquio, passando por Washington, os bancos centrais estão preparando sua munição para manter a estabilidade do sistema financeiro -sem deixar claro, porém, se adotariam uma ação coordenada.

"É importante assegurar liquidez abundante para dissipar preocupações", disse o chefe do BC japonês, Masaaki Shirakawa, também em Frankfurt.

O Banco da Inglaterra já havia anunciado medidas de emergência para ajudar os bancos do país e estimular o crédito, num pacote de 100 bilhões de libras a ser implementado a partir da semana que vem.

ESPANHA

Ainda ontem, o FMI instou a Espanha -que vai receber um pacote de ajuda de € 100 bilhões- a seguir adiante com as reformas, entre elas o aumento de impostos, privatizações e reduções nos salários de servidores públicos.

Afirmou, porém, que o momento não é adequado para acelerar uma redução do seu deficit público.