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Conservador se coloca como defensor do euro

Antonis Samaras realizou ontem último discurso antes do pleito de amanhã na Grécia

RODRIGO RUSSO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Antonis Samaras, 61, líder do partido de centro-direita Nova Democracia, pediu que os eleitores considerem a permanência da Grécia na zona do euro em seu último ato de campanha para as eleições parlamentares do país, que acontecem amanhã.

Ontem à noite, em comício na tradicional praça Sintagma, no centro de Atenas, Samaras afirmou: "A primeira escolha que o povo grego precisa fazer no domingo é entre o euro e o dracma [antiga moeda do país]".

No fundo do palco azul, duas bandeiras da Grécia acompanhavam o candidato, mas os emblemas nacionais estavam fundidos com a bandeira da União Europeia, azul com estrelas amarelas. Além disso, a inscrição "podemos achar soluções para nossos problemas, desde que permaneçamos na zona do euro".

O principal rival da Nova Democracia nas eleições de amanhã é o partido Syriza (Coalizão da Esquerda Radical), cujo líder, Alexis Tsipras, 37, já prometeu cancelar o pacote de austeridade imposto à Grécia, se eleito -o que põe em risco a permanência do país na zona do euro.

A praça Sintagma estava tomada por bandeiras da Grécia. O público era mais velho do que o que compareceu ao último comício do Syriza, anteontem, na praça Omônia.

Para garantir a agitação e o barulho da plateia, o partido reservou boa parte da frente do palco à sua organização de militância juvenil -que usou tambores, sinalizadores e rojões durante os 45 minutos de discurso de Samaras.

O candidato reafirmou sua intenção de rever alguns dos termos do pacote de resgate ao país, mas ponderou que um conflito com os parceiros europeus significará o fim da permanência grega no euro.

Ao fim do discurso, o candidato caminhou uma quadra cercado por militantes e deixou o local em uma Mercedes preta.

Para Alexandra Katsoulis, 21, Samaras é a única chance de o país seguir na zona do euro e de impedir a vitória de Tsipras. Apesar disso, a estudante disse à Folha que o candidato mente ao dizer que mudará o plano de austeridade imposto ao país.

"A Europa pode lidar com a saída da Grécia do euro. Se fosse na Espanha, seria diferente", afirmou.

Ontem, a rede de supermercados Carrefour e o banco Crédit Agricole, ambos franceses, divulgaram que reduziram suas participações no mercado grego, temendo os desdobramentos da crise no país.

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