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Polícia britânica ameaça Assange com nova prisão

Refugiado na embaixada equatoriana, ele teria violado prisão domiciliar

Rafael Correa diz no Rio que pedido está sendo analisado; chanceler afirma avaliar risco de condenação à morte

Facundo Arrizabagala/Efe
Manifestantes fazem protesto em favor de Julian Assange
Manifestantes fazem protesto em favor de Julian Assange

DE LONDRES

A Scotland Yard (polícia metropolitana de Londres) declarou ontem que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange -refugiado na embaixada equatoriana em Londres à espera de uma resposta para pedido de asilo-, violou os termos de sua prisão domiciliar no Reino Unido.

O criador do WikiLeaks, site que vazou milhares de documentos confidenciais dos Estados Unidos nos últimos anos, pode ser detido ao sair do edifício.

Essa hipótese será considerada inclusive se o asilo político for concedido ao ativista, pois ele precisaria se deslocar a um aeroporto para chegar ao Equador.

"Estamos analisando o pedido de asilo e não quero me pronunciar oficialmente até tomar uma decisão definitiva. A petição de asilo está nas mãos da Chancelaria e há certos procedimentos e análises a fazer", afirmou o presidente do Equador, Rafael Correa, que está no Rio de Janeiro para a conferência Rio+20.

Marco Albuja, vice-chanceler equatoriano, disse a uma TV australiana ontem que a decisão seria tomada "em 24 horas" e a partir das "instruções" de Correa.

O chanceler Ricardo Patiño afirmou em sua conta no Twitter estar "estudando o risco denunciado por Assange de que seja julgado por razões políticas e possa ser condenado à morte".

Em seguida, afirmou que a Constituição de seu país "respeita o direito à vida, não reconhece a pena de morte e defende plenamente a liberdade de expressão".

APOIO A ASSANGE

A Embaixada do Equador em Londres fica a um quarteirão da famosa loja de departamentos Harrod's, numa região nobre da capital.

À tarde, um grupo de ativistas pró-Assange segurava cartazes pedindo proteção e liberdade para ele, em frente ao edifício. Uma das mulheres vestia camiseta da seleção equatoriana de futebol.

Uma grande faixa pedia liberdade também ao soldado americano Bradley Manning, preso sob acusação de encaminhar documentos diplomáticos confidenciais à organização de Assange.

O australiano travou longa batalha judicial no Reino Unido, onde vive e cumpria prisão domiciliar, mas não conseguiu reverter a decisão de extradição para a Suécia, país em que é acusado por duas mulheres de crime sexual.

Na semana passada, a Suprema Corte rejeitou o último recurso de Assange e declarou que a decisão de extraditá-lo deve ser executada depois de 28 de junho.

O ativista não teve nenhuma decisão favorável a seu pedido durante todo o caso. (RODRIGO RUSSO)

Colaborou CLAUDIA ANTUNES, do Rio

Com agências de notícias

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