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Duas faces do Egito

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL AO CAIRO

Além de levantar suspeitas de uma manobra dos militares para consolidar seu poder, o atraso no resultado da eleição presidencial no Egito -que, segundo a comissão eleitoral do país, deve ser divulgado hoje à tarde- manteve em suspenso o que muitos consideram uma batalha pela alma do país.

A disputa entre o islamita Mohamed Mursi e o general da reserva Ahmed Shafiq acirrou o confronto entre os que defendem um papel central para a religião e os favoráveis ao Estado secular. Um país dividido entre dois mundos, como mostram os exemplos da dançarina do ventre Dina e do imame Mahmoud Ali. Ela ganha R$ 5.000 por hora para exibir seu virtuosismo em festas de casamento, não raro com convidados muçulmanos.

O sorriso de Dina nas apresentações mascara a convivência com uma dor de cabeça, sua companheira desde que o destino do país ficou incerto. Mahmoud Ali, por sua vez, relembra as sessões de tortura a que foi submetido na ditadura Mubarak, que perseguia os islâmicos. Hoje, ele vê como próximo o sonho de um Egito sob governo islâmico.

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