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Eleições EUA

Justiça dos EUA revê de forma parcial lei contra imigrantes

Arizona pode continuar a fazer blitz contra ilegais, mas Suprema Corte reafirma que assunto é federal

Tema tem provocado debate no país e é explorado por Obama e pelo candidato republicano, Romney

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

A Suprema Corte dos EUA reverteu parcialmente, ontem, uma lei de imigração no Estado do Arizona que virou foco de debate no país. Mas, em sinal de quão controversa é a questão em ano eleitoral, manteve o direito dos policiais de exigirem documentos de permanência de qualquer pessoa abordada na rua.

A decisão por cinco votos a três (a juíza Elena Kagan se absteve por ter envolvimento prévio no assunto) foi vista como vitória parcial de Barack Obama. Embora o ponto mais questionado siga em vigor, os juízes ressaltaram que cabe ao governo federal definir a política imigratória.

"O Estado não deve buscar uma política que solape a lei federal", escreveu o relator, o juiz Anthony Kennedy.

Desde que entrou em vigor, em 2010, a lei SB 1070 é alvo de protestos e chegou a ser suspensa após contestação federal. Uma das mais rígidas dos EUA, torna crime um imigrante irregular procurar trabalho ou deixar de se registrar, entre outras coisas.

Ao sancionar blitze em que pessoas são paradas por conta da aparência e instadas a mostrarem documentos, atraiu acusações de racismo.

A decisão de ontem derruba os dois primeiros pontos e impede que a polícia detenha pessoas sem mandado com base apenas em suspeitas de que sejam imigrantes ilegais.

Obama elogiou o resultado, mas voltou a criticar as blitze e a pedir a reforma do sistema. "A colagem de leis estaduais não é solução para nosso sistema migratório fraturado -é parte do problema", disse em comunicado.

Seu rival republicano na eleição de novembro, o ex-governador Mitt Romney, usou a deixa para criticar a inação do presidente sobre o tema.

Ambos cortejam o eleitorado latino-americano, que se tornou crucial em Estados que podem definir a eleição, e têm tomado medidas ou feito declarações para afagá-lo.

A extensão da crise econômica, porém, deixou a questão imigratória em segundo plano até nessa fatia do eleitorado, como constatou a Folha ao visitar Estados como Flórida e Arizona neste ano e entrevistar moradores locais.

Segundo pesquisa do Gallup com 1.005 eleitores de origem hispânica divulgada ontem, só 12% priorizam o tema, atrás dos 21% que se preocupam mais com assistência à saúde, 19% que veem como problema maior o desemprego, 17% que põem o crescimento econômico no topo, e 16% que se incomodam mais com a desigualdade. A consulta mostra Obama com 66% dos votos entre os latinos, ante 25% de Romney.

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