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Chipre é 5º país do euro a pedir socorro

Ilha no Mediterrâneo precisa de dinheiro para seus bancos e soma-se a Irlanda, Portugal, Espanha e Grécia

Presidente cipriota quer pacote ao estilo do acertado com Espanha, sem a decretação de medidas de austeridade

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O Chipre se tornou ontem o quinto país da zona do euro a pedir socorro financeiro às autoridades europeias nos últimos dois anos. Dessa forma, soma-se a Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda, que já acertaram empréstimos para suas economias.

O governo cipriota, pressionado pela crise no continente e pelo rebaixamento da nota do país pela agência de classificação de riscos Fitch, anunciou que busca auxílio dos mecanismos continentais para ajuda a países.

O pedido de socorro veio a poucos dias do vencimento de um prazo para recapitalização do Banco Popular do Chipre, que precisa de € 1,8 bilhão. A agência Fitch estima, conservadoramente, que os bancos cipriotas precisarão de ao menos € 4 bilhões.

Na declaração oficial, o governo afirma que o objetivo do socorro é conter os riscos à economia do país, pois o setor financeiro está muito exposto ao contágio da Grécia. Segundo o jornal "Financial Times", os bancos locais têm cerca de € 22 bilhões em ativos gregos.

O presidente do país, o comunista Demetris Christofias, deseja que o socorro seja similar ao plano espanhol, que não impõe medidas de austeridade, mas autoridades europeias já manifestam que isso é improvável.

Embora o Chipre seja uma das menores economias da zona do euro (0,0015% do PIB), seu pedido de auxílio é importante simbolicamente.

Mostra que, apesar da sucessão de pacotes e cúpulas, a crise de dívidas soberanas no continente está longe de ser resolvida e que o contágio ainda pode prosseguir.

Atualmente, teme-se que a situação da Espanha, a quarta maior economia da zona do euro, leve ao aprofundamento da crise na Itália.

Durante esta semana, os líderes da União Europeia se reunirão em Bruxelas para discutir medidas que promovam crescimento e que auxiliem no combate à crise.

Autoridades como a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, pedem que a zona do euro avance para a união bancária e fiscal de maneira rápida e que implemente medidas já no curto prazo.

Uma delas é que os fundos de ajuda a países em crise possam auxiliar diretamente os bancos que precisem de recursos, evitando a implementação de um pacote de austeridade para a economia do país em que estão instalados.

OPOSIÇÃO

A proposta conta com a oposição da Alemanha. A maior economia do continente teme arcar com os prejuízos se os bancos quebrarem e não houver um governo que garanta o pagamento. Outra medida à qual o país se opõe é a criação dos "eurobônus", garantidos pelo bloco.

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