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Jovens se mobilizam por 'basta' aos candidatos 'escolhidos pela TV'

DA ENVIADA À CIDADE DO MÉXICO

Trânsito, buzinas, gente caminhando apressada. Parecia uma manhã normal na movimentada praça Ángel de la Independencia, na Cidade do México, na última quarta.

Até que, debaixo da grande estátua, três jovens tiraram o casaco e mostraram camisetas que diziam: "#Yo Soy 132" (eu sou 132). Depois, começava a acontecer o mesmo em outros pontos. Duas meninas chegaram de moto. Debaixo das jaquetas, traziam os mesmos dizeres.

"Estamos chegando disfarçados para desviar das passeatas dos outros grupos. Somos apartidários", disse à Folha Alejandra Gonzalez, 23, estudante de direito da Universidade Nacional Autônoma do México.

O movimento começou há pouco menos de dois meses, quando um grupo de estudantes realizou um protesto contra Enrique Peña Nieto.

O candidato reagiu, dizendo que não se tratava de estudantes verdadeiros. Eles, então, responderam gravando um vídeo em que apareciam 131 deles mostrando suas credenciais de universitários e convocando a quem quisesse ser o "número 132".

Entre suas bandeiras principais, estão o repúdio à volta do PRI ao poder e a demanda pela democratização dos meios de comunicação. Têm na Televisa o maior inimigo.

"Basta de dominação e de ter os presidentes que a TV escolhe por nós", diz Sandino Bucio, 22, estudante de filosofia e cinema.

"Por muito tempo se disse que a juventude mexicana tinha se americanizado. Essa nova geração mostra que não é assim, que o espírito do México crítico e revolucionário segue vivo", afirma o sociólogo John Ackerman.

Em suas manifestações, os jovens evocam o passado de lutas do país, a Revolução Mexicana de 1910 e movimentos sociais como o villismo e o zapatismo.

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