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Turquia envia jatos à fronteira com a Síria

Aviões vigiam a região depois de três helicópteros sírios serem avistados a alguns quilômetros do território turco

Aeronaves sírias não invadiram território vizinho, mas reação turca reflete a escalada da tensão entre países

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Turquia enviou anteontem seis jatos F-16 para vigiar a sua fronteira com a Síria, depois que três helicópteros sírios foram avistados a apenas alguns quilômetros de seu território.

As Forças Armadas turcas afirmaram ontem que os helicópteros não chegaram a invadir o espaço aéreo nacional e não houve confronto.

A amplitude da reação turca, contudo, é sinal da tensão crescente entre os dois vizinhos, agravada desde que as forças sírias derrubaram um avião turco F-4 Phantom no Mediterrâneo, há dez dias.

A Síria diz que o caça estava em seu território. A Turquia diz que era espaço aéreo internacional.

O episódio levou o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, a ordenar ao Exército considerar qualquer força síria que se avizinhe da fronteira uma ameaça e posicionar lançadores de foguete e equipamento antiaéreo na região.

Segundo as Forças Armadas turcas, quatro caças foram enviados de sua base em Incirlik, no sul do país, depois de dois helicópteros sírios serem avistados em momentos diferentes a apenas 6,5 km da província turca de Hatay.

Outros dois F-16 partiram da base de Batman, no sudeste da Turquia, depois de um helicóptero sírio ter sido avistado nos arredores da província de Mardin.

Antiga aliada da Síria, a Turquia tornou-se grande crítica da resposta do regime Assad à revolta popular. O país abriga atualmente mais de 30 mil civis refugiados da Síria, além de rebeldes que combatem as forças de Assad.

No sábado, o enviado especial da ONU à Síria, Kofi Annan, alertou sobre o risco do confronto se transformar em uma crise regional "muito severa".

Potências ocidentais e países árabes assinaram a proposta de Annan para a formação de um governo de transição em Damasco. Mas Rússia e as demais potências se desentenderam sobre o futuro do ditador Assad.

A Rússia quer que Assad participe do governo de transição. Mas os EUA querem sua renúncia imediata.

Ontem, os chanceleres do Reino Unido e da França ecoaram a posição americana.

William Hague e Laurent Fabius defenderam que o governo de transição deve ser formado com consenso mútuo e a oposição jamais aceitará a participação de Assad.

"O acordo indica implicitamente que Assad precisa sair e que ele está acabado", resumiu o francês Fabius.

O regime sírio não se pronunciou, mas a imprensa oficial falou em um fracasso e rejeitou a interferência externa em um eventual diálogo.

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