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Irã faz teste de mísseis capazes de atingir Israel

Ação é 'resposta aos inimigos', diz regime

Arash Khamoushi/Isna/France Presse
Teste de míssil iraniano de curto alcance, em foto divulgada por agência oficial ontem
Teste de míssil iraniano de curto alcance, em foto divulgada por agência oficial ontem

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O Irã anunciou ontem ter testado com êxito mísseis de longo alcance capazes de atingir Israel, numa aparente advertência a países inimigos que impõem cada vez mais pressão sobre Teerã devido a seu programa nuclear.

Os testes surgem num contexto de crescente tensão política e militar no Oriente Médio, gerando nervosismo no mercado global de petróleo.

A Guarda Revolucionária, força de elite do Irã, testou dezenas de mísseis no deserto de Semnan no segundo dos três dias de exercícios batizados de "Grande Profeta 7".

Entre os modelos lançados contra alvos simbólicos estava o Shahab 3 (meteoro, em farsi), com alcance anunciado de 2.000 km -suficiente, em tese, para atingir Israel. Também foram disparados mísseis de raio mais curto, como Zelzal (terremoto) e Qiam (levante), capazes de percorrer de 300 km a 1.000 km.

O poderio militar anunciado pelo Irã é difícil de verificar, mas a imprensa oficial afirmou que todos os foguetes atingiram seus alvos. "É uma resposta aos inimigos que dizem que a opção militar está sobre a mesa", disse o vice-chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami.

A Guarda Revolucionária também reiterou que o avião não tripulado dos EUA capturado em dezembro será copiado e usado por militares.

A demonstração de força de Teerã coincide com informações divulgadas anteontem pelo "New York Times": funcionários do governo dos EUA disseram que o país deslocou navios de guerra para impedir que o Irã feche o estreito de Hormuz se for submetido a novas sanções.

O temor de que Teerã corte o canal por onde passa 20% da produção mundial de petróleo cresceu depois que o Parlamento disse preparar lei nesse sentido, em resposta ao embargo petroleiro da Europa vigente desde domingo.

Num raro reconhecimento de vulnerabilidade, o presidente Mahmoud Ahmadinejad disse ontem que o Irã enfrenta as sanções mais duras já impostas pelo Ocidente.

Reunião em Istambul entre as grandes potências e o Irã para tentar pôr fim ao impasse sobre o programa nuclear acabou ontem sem desfecho claro. Teerã nega que fabrique a bomba atômica.

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