México faz recontagem de votos após denúncias

Autoridades eleitorais do México recontaram, ontem, os votos de mais da metade das urnas das eleições de domingo -tanto presidenciais quanto para o Congresso.

A decisão foi uma resposta às denúncias de fraude e aos pedidos de recontagem em áreas em que a disputa entre candidatos foi acirrada.

O resultado final deve ser divulgado hoje. Mas o IFE (Instituto Federal Eleitoral) afirma que a recontagem não deve mudar significativamente a estimativa preliminar que aponta a vitória do candidato Enrique Peña Nieto, do PRI, com 38% dos votos.

Andrés Manuel López Obrador, principal oponente, afirma que houve compra de votos e coerção por parte do PRI, partido que governou o México por décadas.

Obrador, porém, pedia a recontagem total, recusada pelo Instituto Federal Eleitoral.

A lei mexicana estipula que a recontagem total pode ser feita quando houver diferença de menos de um ponto percentual entre os dois candidatos líderes no pleito. Mas as estimativas preliminares sugerem que a diferença entre Peña Nieto e Obrador foi de seis pontos percentuais.

Peña Nieto nega compra de votos e outras irregularidades apontadas por Obrador. Ele afirma que o partido "claramente agiu dentro da lei".

Entre as denúncias da oposição está a de que o PRI distribuiu vales para compras em uma rede de supermercado. Nesta semana, cartões desse tipo foram utilizados.

Em 2006, Obrador já havia pedido a recontagem de votos, ao perder para Felipe Calderón por pouco mais de meio ponto percentual, o equivalente a 250 mil votos. Neste ano, ele teve mais de 3 milhões de votos a menos.

Ao ter seu pedido recusado naquela época, o candidato derrotado deu início a meses de protestos no México.