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Ex-diretor de banco inglês se desculpa por manobra

Barclays manipulou taxa que baliza empréstimo entre as instituições

Operações ocorreram entre 2005 e 2009; o governo e o banco central são suspeitos de envolvimento

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Um dia depois de se demitir do cargo de diretor-executivo do Barclays, um dos maiores bancos do Reino Unido, Robert Diamond se desculpou em interrogatório no Parlamento britânico.

Citou o "comportamento indesculpável e repreensível" de funcionários da instituição que comandava.

O Barclays está no centro de um escândalo de manipulação de taxas de juros interbancárias no Reino Unido.

Há suspeitas de que o governo e o banco central britânicos também tenham participado desse episódio.

Na semana passada, o banco pagou multa de quase R$ 1 bilhão a autoridades do Reino Unido e dos EUA por conta da manipulação da Libor (taxa de juros para operações entre os bancos).

Ontem, Diamond afirmou que o Barclays estava sendo usado como bode expiatório por ter cooperado com as autoridades e por ter sido a primeira instituição financeira a revelar suas infrações.

A manipulação de taxas de juros ocorreu entre os anos de 2005 e 2009, quando o Reino Unido ainda era governado pelo Partido Trabalhista.

Anteontem, o Barclays tornou públicos em seu site diversos documentos que comprometem as autoridades britânicas. Entre eles estão anotações do ex-diretor-executivo a respeito de conversa telefônica com um funcionário do banco central do país.

As notas de Diamond sobre a conversa, em outubro de 2008, revelam a discussão de que as taxas do Barclays para tomar empréstimos, um dos elementos para calcular a Libor, estavam altas, segundo a opinião de integrantes do Parlamento.

Dessa forma, membros da direção do Barclays entenderam que o banco central estava pressionando o banco a reduzir suas taxas.

BANKIA

Na Espanha, autoridades anunciaram ontem que Rodrigo Rato, ex-presidente do Bankia e ex-ministro das Finanças, será investigado por acusações de falsificação de documentos, manipulação de preços, administração desonesta e apropriação indébita.

Em maio, o banco, um dos maiores do país, teve de ser nacionalizado pelo governo espanhol ao custo de € 23 bilhões para evitar um colapso do sistema financeiro.

Logo em seguida, a Espanha teve de pedir socorro às autoridades europeias para recapitalizar seu sistema bancário. A União Europeia pôs até € 100 bilhões à disposição do país para essa finalidade, mas o valor do empréstimo ainda não foi definido.

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