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Autoridade palestina aceita exumação do corpo de Arafat

Exames na Suíça mostram que as roupas dele continham alto nível de substância radioativa

DE JERUSALÉM

Ressuscitando as teorias conspiratórias que circulam há anos em torno da morte de Iasser Arafat, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) concordou em exumar o corpo de seu líder histórico.

A polêmica ressurgiu depois que um documentário da TV Al Jazeera, do Qatar, mostrou exames laboratoriais que detectaram altos níveis de uma substância radioativa nos últimos pertences usados por Arafat.

O líder palestino morreu em 2004, aos 75 anos, de um mal misterioso, depois de meses sitiado pelo Exército israelense na sede da ANP, em Ramallah (Cisjordânia).

Desde então, líderes palestinos acusam Israel de ter envenenado Arafat, sem nunca apresentar provas.

A exumação foi pedida pela viúva de Arafat, Suha, 48. Ela forneceu as roupas examinadas num laboratório da Suíça, pensando na tese de assassinato.

"Medimos uma inexplicável quantidade elevada e não justificada de polônio-210 nos pertences do sr. Arafat, que continham manchas de fluidos biológicos", disse François Bochud, diretor do Institut de Radiophysique.

O instituto observou, porém, que os sintomas clínicos contidos nos relatórios médicos não correspondem aos efeitos de polônio-210 e que por isso não se pode concluir que ele foi envenenado.

Os médicos que trataram Arafat no hospital de Paris onde ele passou os últimos dias não souberam dizer a causa da morte. Na época, a autópsia não foi autorizada pela viúva, mas Suha mudou de ideia depois dos exames no laboratório suíço.

A ANP disse não ver problema religioso ou político em exumar o corpo de Arafat e defendeu uma investigação internacional sobre o caso. Arafat está sepultado num memorial em Ramallah.

De Aids a envenenamento, a morte de Arafat gerou as mais variadas teorias conspiratórias e acusações nos últimos oito anos.

(MARCELO NINIO)

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