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Análise economia em crise

Medidas são apelo a empréstimos e consumo

Dúvida é se ações tomadas pelos BCs terão efeito num mundo em que incertezas alimentam o medo de investir e gastar

O problema é que muitos viram nas ações sinal de que a situação está ainda pior

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

Bancos, emprestem. Empresas, tomem dinheiro emprestado e invistam. Consumidores, comprem.

Esses apelos são a tradução das medidas tomadas ontem pelos bancos centrais europeu, chinês e britânico.

Os dois primeiros reduzirem suas taxas de juros. O último injetará ainda mais dinheiro na economia pela compra de títulos públicos em poder de bancos privados.

Apesar de terem sido anunciadas no mesmo dia, todos afirmam que as ações não foram coordenadas. Têm, porém, uma mesma motivação: estimular a economia.

No caso britânico e europeu, a necessidade é tirar os países da recessão.

O Reino Unido não cresce há um ano e meio, e há sinais de que a recessão irá se aprofundar no terceiro trimestre.

A zona do euro (grupo dos 17 países que adotam a moeda comum) se arrasta, e os problemas agora ameaçam as nações mais ricas (Alemanha, por exemplo).

"Estamos vendo o enfraquecimento do crescimento em toda a zona do euro, incluindo países que não tinham experimentado essa situação antes", afirmou Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu.

Na China, o crescimento perdeu fôlego, e teme-se a explosão da bolha imobiliária.

A questão é que efeito as medidas terão. O próprio Draghi lembrou: não basta os empréstimos estarem disponíveis e baratos, é preciso ter demanda por eles.

O problema é que muitos viram nas ações dos BCs um sinal de que a situação está ainda pior que se imaginava. Com esse clima de incerteza na recuperação econômica global, empresários e consumidores continuam com medo de gastar.

Isso fica claro nas taxas de inflação, que em situações normais tendem a subir com juros baixos e consequente aumento do consumo.

No Reino Unido, ela caiu de 5,2% ao ano em setembro de 2011 para 2,8% em maio. Na China, foi de 6,5% em julho do ano passado para 3%.

Medidas de estimulo têm sido tomadas pelos bancos centrais desde o agravamento da crise global, em setembro de 2008.

Naquele mês, a quebra do banco Lehman Brothers provocou um estancamento no crédito no mundo.

Draghi diz que a situação atual é melhor que aquela.

Mas as ferramentas de combate à crise estão ficando escassas. No final de 2008, a taxa de juros na zona do euro estava em 2,5%. Desde ontem, foi para 0,75%. Ou seja, próxima do piso.

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