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Cristina obriga bancos a emprestar com taxa abaixo da inflação real

Medida envolve 5% dos depósitos e visa estimular investimentos

DE BUENOS AIRES

O índice Merval da Bolsa de Buenos Aires caiu 1,88% ontem depois que o governo Cristina Kirchner anunciou que obrigará os bancos a emprestar 5% de seus depósitos privados a pequenas e médias empresas para estimular investimentos.

Os empréstimos atingirão US$ 3,3 bilhões, a uma taxa de 15%, abaixo da inflação real. De acordo com o Indec (o IBGE argentino, sob intervenção do governo), a inflação é de 9% -segundo consultorias privadas, o índice real chega a 25%. O prazo mínimo será de três anos.

A taxa de investimento caiu 12,8% em maio na comparação com o mesmo período do ano passado.

A medida criou o temor de que os bancos possam ficar descapitalizados, tendo que realizar empréstimos a uma taxa inferior à inflação real.

Por isso mesmo, as ações das instituições financeiras foram as que mais sofreram na Bolsa. As maiores quedas registradas ontem em Buenos Aires foram as dos bancos Macro (7,3%), Galicia (-5,5%) e BBVA Francés (-5%).

É a primeira vez que o governo envolve recursos de terceiros, cumprindo uma disposição oficial prevista na reforma realizada na carta orgânica do banco central local, no começo deste ano.

O objetivo é aumentar o financiamento do BC, continuar pagando a dívida pública com reservas e poder orientar a oferta de crédito.

A economia argentina, depois de anos de rápido crescimento, teve retração de 7,1% no primeiro trimestre deste ano ante os três meses imediatamente anteriores.

Cristina declarou que o governo ajudou os bancos privados quando estavam com problemas e que agora é a vez de as instituições financeiras darem a sua contribuição.

(SYLVIA COLOMBO)

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