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Chávez diz que senadores paraguaios exigiram propina

Segundo presidente, tentativa de suborno para aprovar entrada da Venezuela no Mercosul tem testemunhas 'brasileiras e argentinas'

Ariana Cubillos/Associated Press
Hugo Chávez, presidente da Venezuela, durante parada por celebração da independência
Hugo Chávez, presidente da Venezuela, durante parada por celebração da independência

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os senadores paraguaios teriam exigido propina da Venezuela para permitir a entrada do país no Mercosul.

A acusação foi feita pelo presidente Hugo Chávez, durante discurso à Assembleia Nacional, no Dia da Independência do país. Segundo ele, há testemunhas "brasileiras e argentinas" da tentativa de suborno. "São uma verdadeira máfia pedindo dinheiro", disse, sem citar nomes.

Em maio de 2011, no entanto, senadores do Partido Colorado haviam acusado Chávez de tentar subornar parlamentares para o ingresso do país no bloco.

O Congresso paraguaio era o único a travar a adesão da Venezuela -acordada na última semana, em Mendoza, quando Assunção já estava suspensa do Mercosul.

"ILEGAL E ILEGÍTIMA"

Ontem, o Senado paraguaio aprovou uma declaração em que classifica como "ilegal e ilegítima" a suspensão do país do bloco até 2013 e rejeita a incorporação da Venezuela.

O presidente uruguaio, José Mujica, por sua vez, sugeriu, em entrevista ao semanário "Búsqueda", a junção entre Mercosul e Unasul.

"Não sei como se chamaria, mas precisamos caminhar em outras direções de caráter institucional, mais realistas."

Ainda em seu discurso, Chávez respondeu às acusações feitas pelo Paraguai de que seu chanceler, Nicolás Maduro, tentou convencer a cúpula militar paraguaia a agir no caso da destituição de Fernando Lugo. O venezuelano, no entanto, assumiu que houve um encontro.

"Acusam Nicolás [Maduro] de preparar um golpe no Paraguai e de ter se reunido com generais paraguaios. Claro que os generais estavam lá, e Nicolás estava junto com os demais chanceleres, cumprindo uma missão da Unasul", disse o mandatário.

A nova ministra da Defesa paraguaia, María Liz García, distribuiu anteontem à imprensa um vídeo que mostra a chegada de Maduro e outros chanceleres, como Ricardo Patiño (Equador) e María Ángela Holguín (Colômbia), ao palácio presidencial no dia do impeachment de Lugo para uma possível reunião com a cúpula militar paraguaia.

Ontem, Chávez ordenou a retirada dos militares de sua embaixada em Assunção, após ameaças "até de morte".

No dia anterior, o embaixador venezuelano, José Javier Arrúe de Pablo, foi considerado "persona non grata" pelo governo de Federico Franco.

Na próxima segunda-feira, a OEA (Organização dos Estados Americanos) fará uma sessão extraordinária para analisar o relatório da missão enviada ao Paraguai, sob o comando do secretário-geral, José Miguel Insulza.

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