EUA criam só 80 mil postos de trabalho e desemprego resiste

Os EUA criaram apenas 80 mil postos de trabalho em junho, número insuficiente para reduzir o índice de desemprego de 8,2%, informou o Departamento do Trabalho.

Pior, quase um terço dessas vagas é de postos temporários no setor de serviço.

A quatro meses da eleição, os dados podem se mostrar um problema para a tentativa do presidente Barack Obama de continuar no cargo. Diferentes pesquisas indicam o desemprego como maior preocupação do eleitor.

Em maio, a economia americana abrira 77 mil vagas (uma revisão do dado anterior, 68 mil), como em abril. Com três meses seguidos de melhora pífia, a trajetória começa a se consolidar como tendência.

Levantamento apresentado nesta semana pelo instituto Gallup indica que a confiança dos americanos na economia voltou a cair, recuando cinco pontos (em uma base de cem) em junho.

"Embora melhor do que há um ano, quando o impasse sobre a elevação do limite da dívida do governo federal e resquícios da crise europeia derrubaram os mercados e o consumo, a confiança dos americanos continua negativa", explica o Gallup.

O dado de maio, -17 pontos, havia sido o melhor em quatro anos. "[Esse número] se provou temporário, provavelmente por conta do quadro do desemprego e da volatilidade no mercado de ações", afirma o instituto.

BOLSA

Ontem, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York recuou 0,96% com os números.

Além do peso nas urnas, ao baixar a confiança do consumidor, o desemprego acaba desestimulando o consumo e dificulta a retomada.

Segundo o Departamento do Trabalho, há hoje 12,7 milhões de desempregados nos EUA, sendo que 5,4 milhões estão nessa condição há mais de seis meses. O número de trabalhadores que deixaram de procurar emprego por desalento, porém, caiu 16%.