Líbia vota em meio a incidentes isolados

A Líbia votou ontem para formar um Congresso Nacional, assembleia de 200 cadeiras que irá substituir o Conselho Nacional de Transição até que haja eleições parlamentares no país, em 2013.

Em meio a dificuldades técnicas e de segurança, 101 colégios eleitorais não abriram, de um total de 1.554.

Em algumas regiões, a abertura das urnas foi adiada devido ao atraso na chegada do material necessário.

Na cidade de Ajdabiya, no leste, um homem que tentava roubar uma urna foi morto por um segurança.

Em Benghazi, foram ouvidos tiros após um protesto que reuniu cerca de 200 pessoas na praça central da cidade considerada o principal reduto anti-Gaddafi em 2011.

Os moradores criticavam a divisão de cadeiras prevista para o Congresso Nacional. Trípoli terá 100 deputados, enquanto Benghazi deve ficar com 60.

O Congresso Nacional, votado ontem, formará um novo gabinete e apontará um primeiro-ministro para a Líbia.

Não será sua tarefa, porém, formar o comitê que irá redigir a nova Constituição do país. Essa função foi retirada do órgão em um movimento de última hora, na quinta-feira.

A manobra irou candidatos, muitos dos quais apostavam no rascunho da nova Carta como plataforma.

O número de eleitores convocados para as primeiras eleições realizadas na Líbia desde 1964 é de 2,8 milhões.

Nuri al Abar, presidente da Comissão Suprema Eleitoral da Líbia, afirmou por volta do meio-dia, no horário local, que a votação estava sendo "boa em alguns locais e muito boa em outros" -apesar das altas temperaturas, que ultrapassaram os 40º C.

IRMANDADE

Resultados parciais devem ser divulgados hoje. Há expectativa de que a contagem preliminar dos votos seja

tornada pública amanhã.

O Partido Justiça e Construção, ligado à Irmandade Muçulmana, foi responsável por uma das campanhas mais bem organizadas na Líbia. O grupo espera se tornar uma força política no país, assim como fizeram os islamitas no Egito após a insurgência.

Outros partidos devem ter bons resultados no pleito realizado ontem. Entre eles, o secular Aliança de Forças Nacionais e o Frente Nacional, um dos grupos mais antigos.