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Espanha terá até 2014 para baixar déficit

Acordo da zona do euro sai após títulos da dívida do país fecharem negociados acima do patamar de 7% de juros

Ministros da União Europeia anunciam que até fim do mês vão liberar 30 bilhões de euros para os bancos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os ministros de Finanças da zona do euro concordaram ontem à noite (manhã de hoje em Bruxelas) com o adiamento até 2014 do fim do prazo para que a Espanha cumpra a meta de chegar a deficit público de 3% de seu PIB (Produto Interno Bruto).

O anúncio foi feito em Bruxelas horas depois depois de os títulos de dívida pública da Espanha com vencimento em dez anos fecharem negociados acima do patamar de 7% de juros, considerado insustentável por analistas.

O prazo maior para baixar o deficit público dos atuais 8,9% para 3% era uma das grandes reivindicações do governo de Mariano Rajoy, que afirmou ter herdado o déficit alto do governo socialista antecessor e que não seria possível alcançar a meta em 2013.

O plano prevê o aumento da meta de 5,3% para 6,3% em 2012 e de 3% para 4,5% em 2013, fechando em 2,8% em 2014.

No entanto, o governo terá que aplicar mais ajustes econômicos e passar por mais revisões periódicas.

30 BILHÕES

A União Europeia também disse ter chegado a um acordo político para liberar 30 bilhões de euros (R$ 78 bilhões) "contingenciais" para o sistema financeiro espanhol até o final do mês. O vencimento do empréstimo será em até 15 anos, com média de 12,5 anos.

Essa será a primeira parcela do resgate à Espanha que pode chegar, no total, a 100 bilhões de euros. Os termos finais do acordo serão decididos no dia 20 em reunião entre os 17 países, segundo o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn.

"Alcançamos um entendimento político sobre o memorando de entendimento, sobre as condições para o setor financeiro espanhol. O acordo permitirá adiantar € 30 bilhões à Espanha para o fim deste mês, que serão usados com contingência, para o caso de necessidades urgentes do setor financeiro espanhol", disse o presidente do chamado Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

O ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou que o país conseguiu "dois acordos muito bons na reunião", em referência ao empréstimo e à revisão do cronograma de redução do déficit. "O único que quero dizer é que acredito que conseguimos dois acordos muito bons".

Ainda ontem o ministro da Fazenda espanhol, Cristóbal Montoro, declarou que o governo deve aumentar o imposto sobre valor agregado vigente no país e promover mudanças nos tributos sobre eletricidade para angariar mais recursos para a gestão.

A secretária-geral do Partido Popular, no poder, levantou a possibilidade de novas reformas na administração pública, incluindo horas trabalhadas por servidores.

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