Trabalhistas ligam ministro de Cameron a caso do HSBC

O ministro do Comércio Externo britânico, lorde Green, foi envolvido no escândalo de lavagem de dinheiro pelo

HSBC, depois que o Partido Trabalhista afirmou que ele tinha "questões sérias" a responder sobre a lavagem pelo banco de dinheiro de cartéis de drogas, terroristas e países renegados, no período em que ele o comandava.

Green foi presidente-executivo do banco de 2003 a 2006, e seu presidente do conselho até 2010, quando se tornou ministro.

Relatório do Senado dos EUA demonstra que, no período de 2004 a 2010, subsidiárias do HSBC movimentaram bilhões de dólares de países como Irã e Síria e dos cartéis de drogas do México pelo sistema financeiro global.

Um e-mail reproduzido como exemplo no relatório parece indicar que Green foi avisado por David Bagley, chefe do departamento jurídico do banco, de uma potencial violação das regras no que tange às sanções impostas ao comércio com Mianmar.

Bagley escreveu que "existe risco significativo de penalidades financeiras", porque "não há muita dúvida de que houve uma violação" das sanções -suspensas em maio deste ano.

"Stephen Green tem questões sérias a responder sobre o que sabia a respeito, e quando soube", afirmou Chris Leslie, que responde pela secretaria de Finanças do Tesouro no governo paralelo dos trabalhistas.

Dado o recesso de verão da Câmara dos Comuns, a líder trabalhista na Câmara dos Lordes, baronesa Royall, propôs uma moção urgente por uma declaração quanto ao envolvimento de Green, mas a proposta foi rejeitada pela presidente da Câmara dos Lordes, baronesa D'Souza.

Green, que também serve como consultor do governo sobre bancos, não estava disponível para comentar depois das declarações de Leslie.

Danny Alexander, secretário-geral do Departamento do Tesouro britânico, declarou que "isso é um lembrete das grandes dificuldades que o nosso sistema bancário enfrentou no período que conduziu à crise dos bancos, e da cultura que existia então e conduziu a toda espécie de comportamento aberrante e irresponsável, pelo qual o Reino Unido continua a sofrer, sob o peso das consequências desses erros".

Tradução de PAULO MIGLIACCI