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Itamaraty transfere seu embaixador da Síria para o Líbano

Segundo chanceler Patriota, situação no país está 'se deteriorando' e há 'elevado grau de imprevisibilidade'

Representação em Damasco será mantida por funcionários locais; governo considera retirada de brasileiros

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Diante da escalada de violência na capital síria, o embaixador brasileiro em Damasco, Edgard Casciano, e quatro funcionários brasileiros foram transferidos ontem para Beirute, no Líbano.

A embaixada em Damasco não foi fechada e será mantida por cinco servidores locais, que atenderão os brasileiros que vivem no país.

Passaportes e outros documentos, contudo, só poderão ser emitidos pelos diplomatas no Líbano ou pela embaixada em Amã, na Jordânia.

A decisão veio de Brasília, como noticiou o jornal "O Globo" ontem. A retirada foi sugerida pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e teve o aval da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o chanceler, a situação na Síria "está se deteriorando". "A região da Embaixada do Brasil passou a fazer parte de uma zona conflagrada. [...] Há um grau elevado de imprevisibilidade sobre o que poderá ocorrer nos próximos dias."

Segundo um diplomata ouvido pela Folha, o atual agravamento do conflito na Síria e a chegada dos combates à capital não eram esperados pelo Itamaraty, uma vez que os telegramas vindos de Damasco davam a falsa impressão de absoluto controle do regime.

Em 2011, os diplomatas baseados em Trípoli também tinham a convicção de que os rebeldes não ameaçavam o regime de Muammar Gaddafi, e o Brasil foi um dos últimos a deixar a representação.

O corpo diplomático deixou o país no início da manhã, por terra. Suas famílias não estavam mais na Síria. O deslocamento foi mantido em sigilo até o último momento.

Os cerca de 3.000 brasileiros que vivem na Síria também serão retirados do país, se necessário, segundo o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

"Nós fizemos uma operação de retirada de 4.000 brasileiros e sul-americanos do Líbano [em 2006]. Se for necessário, nós faremos."

No entanto, segundo Patriota, até o momento é baixo o número de brasileiros que procuraram a embaixada para deixar o país. A maior parte dos cidadãos que vivem na Síria tem dupla cidadania.

"A grande maioria tem pequenos negócios, construiu sua vida lá e não tem intenção de partir", afirmou. No início do ano, o governo retirou três famílias brasileiras de Homs.

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