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Dívida grega pode passar por mais uma renegociação

Governo local quer discutir novas condições de pagamento, diz Reuters

Temor sobre o país e a decisão da Moody's de rebaixar nota da Alemanha derrubam grandes Bolsas globais

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

No dia em que a "troica" de credores internacionais (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) iniciou nova visita à Grécia, a agência de notícias Reuters informou que uma renegociação da dívida do país será necessária.

A Grécia já passou, de forma tensa, por discussões de dois pacotes de socorro. O primeiro em 2010, e o segundo foi acertado no início deste ano, após uma delicada renegociação da dívida em poder de investidores privados.

De acordo com três funcionários de alto escalão, o país não consegue pagar o que atualmente deve à "troica" e precisa discutir novas condições de efetuar tal pagamento. O segundo programa de resgate inclui um empréstimo de € 130 bilhões.

A informação contribuiu para um novo dia de queda nas Bolsas globais. Depois do fechamento dos mercados, a agência Moody's anunciou que a nota dos títulos o fundo provisório europeu de resgate também foram colocadas sob perspectiva negativa.

Ela repetiu o que fez anteontem com Alemanha, Holanda e Luxemburgo, que podem perder a nota máxima para seus títulos da dívida.

Ontem, o primeiro-ministro Antonis Samaras disse que a Grécia sofrerá contração econômica superior a 7% de seu PIB neste ano, agravando ainda mais a recessão.

A análise das condições econômicas do país e do cumprimento das medidas de austeridade será concluída até o mês que vem, mas o mercado teme desde já que muitas das promessas não estejam sendo cumpridas.

Contribui para essa avaliação o fato de a eleição de maio ter levado a resultados insuficientes para a formação de um governo e a convocação de novas eleições em junho.

Se houver o calote da dívida, além de perdas para os credores, a Grécia pode ser forçada a deixar o euro -o que aumentaria pressão sobre as economias do bloco.

Ao menos seis países, segundo a Reuters, se opõem a um novo plano para que a Grécia tenha mais tempo de implementar as medidas de austeridade e de pagar o empréstimo que recebeu.

Entre eles, devem estar Alemanha, Holanda e Luxemburgo e Finlândia.

Em troca dos recursos para evitar a falência, a Grécia se comprometeu a reduzir o valor do salários mínimo e das pensões do país, a congelar todos os salários e a demitir 150 mil funcionários públicos até o ano de 2015.

O país prometeu ainda a reduzir sua dívida, hoje em 160% do PIB, ao patamar de 120% do PIB em 2020 -mas a meta já era considerada irrealista no início deste ano.

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