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Justiça britânica acusa ex-editores de jornal por grampo

Ex-funcionários do "News of the World", de Rupert Murdoch, são vistos como próximos do primeiro-ministro David Cameron

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Justiça do Reino Unido anunciou ontem que irá indiciar Andy Coulson e Rebekah Brooks pelo caso do grampeamento de telefones cometido pelo "News of the World" entre 2000 e 2006.

Durante esse período, ambos foram editores do jornal, que fez parte do império midiático de Rupert Murdoch. O escândalo resultante dos grampos levou o empresário a fechar essa publicação -de 168 anos- no ano passado.

A acusação é vista como embaraçosa para David Cameron, primeiro-ministro britânico, porque ambos os indiciados estão ligados a ele.

Coulson foi diretor de comunicação de Cameron. Brooks, por sua vez, é uma amiga próxima do premiê.

Promotores britânicos afirmam que é do interesse público indiciar ambos e que há evidências suficientes para condená-los. Se forem considerados culpados por delitos relacionados às escutas, a pena máxima será de dois anos na prisão e/ou uma multa.

Entre as supostas vítimas de grampeamento estão os atores Angelina Jolie e Brad Pitt, o ex-beatle Paul McCartney e parte da família real.

As principais acusações, porém, são referentes ao acesso à caixa de mensagens da estudante Milly Dowler, assassinada em 2002. Foi o caso que, em 2011, desencadeou as investigações sobre a conduta ética do "Now".

A acusação de Coulson e Brooks deve ajudar a prejudicar a reputação de Cameron, em meio aos esforços para recuperar a economia britânica.

Apesar disso, analistas não acreditam que o dano político possa forçar o premiê a deixar o cargo.

Outras seis pessoas, incluindo ex-funcionários seniores do "News of the World", serão indiciadas.

Promotores afirmam, também, que podem revelar os nomes de mais de 600 pessoas que a Justiça acredita terem sido grampeadas pelo jornal "News of the World".

As audiências preliminares para o caso estão agendadas para 16 de agosto. Tanto Coulson quanto Brooks negam as acusações de participação nos grampeamentos.

"Passei a minha carreira jornalística fazendo campanha por vítimas de crimes. Defenderei as denúncias com vigor", afirmou Brooks.

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