Índice geral Mundo
Mundo
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Regime sírio fecha o cerco à maior cidade

Milhares de soldados se dirigem a Aleppo para atacar rebeldes, dizem oposicionistas; cresce medo de baixas entre civis

Turquia fecha fronteira a veículos; EUA veem 'hedionda violência', e Rússia condena ameaça de usar armas químicas

Bulent Kilic/France Presse
Rebelde aponta arma para tropas do ditador Bashar Assad durante conflito em Aleppo, a cidade mais populosa da Síria
Rebelde aponta arma para tropas do ditador Bashar Assad durante conflito em Aleppo, a cidade mais populosa da Síria

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As tropas do ditador da Síria, Bashar Assad, fecharam o cerco a Aleppo na luta que já dura uma semana contra os rebeldes na cidade, a mais populosa do país -mais um capítulo da revolta que deixou no mínimo 15 mil mortos desde março do ano passado.

De acordo com relatos de ativistas da oposição, o regime sírio estava retirando milhares de soldados, com tanques e veículos armados, da província de Idlib, mais a oeste, e rumando para Aleppo, a cerca de 60 km de distância.

Desde anteontem, as forças do governo usam helicópteros e aviões de caça para tentar conter o avanço da insurgência na cidade -os oposicionistas afirmam que, agora, Assad ordenou o ataque de uma coluna de blindados às posições dos rebeldes.

"Estamos esperando um grande ataque", disse Mohammed Said, ativista baseado em Aleppo, à agência Associated Press. "As pessoas têm medo de ser alvejadas por bombardeios aleatórios durante a fuga", acrescentou.

Na capital, Damasco, sempre segundo o relato dos oposicionistas, as forças de segurança atacaram com foguetes e artilharia o subúrbio de Tel, uma das áreas ocupadas por insurgentes, provocando a fuga de centenas de famílias.

A TV estatal síria descreveu a ação do regime como uma tentativa de pôr em segurança os principais centros urbanos do país e afirmou que os "terroristas" estavam "sofrendo terríveis perdas". A censura do governo Assad à mídia impede a verificação independente dos relatos.

Analistas acreditam que o Exército sírio esteja sobrecarregado e tenha decidido concentrar seus esforços no esmagamento da insurgência nas duas grandes cidades, enquanto deixa outras áreas sob o controle dos rebeldes.

Devido à insegurança na fronteira com a Síria, com vários postos tomados pelos insurgentes, a Turquia bloqueou o tráfego de veículos comerciais; segundo a ONU, refugiados não serão barrados. Dos 300 monitores das Nações Unidas que estavam no país, metade já saiu dele.

REAÇÃO DOS EUA

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, acusou Assad de usar sua força militar para cometer "hedionda violência" contra a população civil e disse que o cerco a Aleppo demonstra a "profundidade da perversão" de seu regime.

Ao mesmo tempo, a Rússia -maior aliada dos sírios, responsável por vetar três resoluções contra Assad no Conselho de Segurança da ONU- chamou de "inadmissível" a ameaça de uso de armas químicas pela Chancelaria síria.

Ontem, o Conselho Nacional Sírio (oposição) confirmou a defecção da encarregada de negócios em Chipre, Lamia Hariri, e disse que seu marido, Abdelatif Dabbagh, embaixador nos Emirados Árabes, também desertou.

Na TV Al Arabiya, em sua primeira aparição após desertar, o general de brigada Manaf Tlas conclamou os sírios a se unirem para construir um país "livre e democrático".

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.