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China acusa mulher do líder político Bo Xilai de assassinato

Advogada Gu teria envenenado o empresário britânico Neil Heywood por divergências em relação a negócios

Reino Unido recebe com loas a investigação do caso e afirma que irá acompanhar o desenrolar de perto

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

A mulher do controvertido líder político Bo Xilai foi formalmente acusada por assassinato, informou ontem a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

A advogada Gu Kailai teria envenenado o empresário britânico Neil Heywood,41, em novembro devido a divergências relacionadas a negócios.

A Xinhua afirmou que um funcionário da família também foi acusado pela morte. Mas não há nenhuma menção a Bo, sinal de que o ex-chefe do Partido Comunista da cidade de Chongqing (centro) não foi envolvido no processo judicial sobre o crime.

No início, a morte de Heywood foi atribuída ao consumo excessivo de álcool. O envolvimento de Gu só surgiu em fevereiro, depois que o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, rompeu com Bo Xilai.

Próximo à família, Heywood estaria auxiliando Gu a enviar dinheiro ilegalmente para o exterior. A divergência entre eles teria ocorrido em torno da porcentagem que o britânico levaria.

Wang se refugiou em seguida em um consulado norte-americano, onde afirmou que tinha provas do envolvimento da advogada no crime. Ele deixou a representação diplomática e foi preso em seguida -seu paradeiro é atualmente desconhecido.

O processo judicial corre em Hefei, cidade a mais de 1.000 km a leste de Chongqing, onde Heywood foi encontrado morto num quarto de hotel. A curta nota da agência oficial não explicou o motivo nem informou quando será o julgamento.

Após semanas de desgaste, Bo foi afastado do cargo em março e desde então é mantido em prisão domiciliar, assim como a mulher.

O escândalo enterrou sua provável nomeação para uma das nove vagas do Comitê Permanente, órgão máximo do governo chinês, que, após dez anos, terá sete cadeiras renovadas neste ano.

CONSERVADOR

O expurgo de Bo meses antes da sucessão expôs a briga política entre facções do Partido Comunista. Preocupado em manter a aparência de uma transição pacífica e previsível, o governo vem adotando o discurso de que os problemas envolvendo a família Bo são meramente da esfera policial, e não política.

Bo Xilai é identificado com a ala mais conservadora do partido. Centralizador, ganhou fama por promover campanha contra a máfia em Chongqing e por resgatar símbolos do maoismo e da Revolução Cultural, embora seu filho estude em Harvard.

O Reino Unido recebeu com loas a notícia de que a China continua a investigar o assassinato de Heywood.

"Estamos dedicados a buscar justiça para ele e para sua família e seguiremos o desenrolar de perto", afirma a nota do governo britânico.

Com agências de notícias

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