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Interesse da Argentina tem razões políticas

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O interesse da Argentina pela entrada da Venezuela no Mercosul tem razões políticas, antes de econômicas, segundo analistas ouvidos pela Folha.

"A afinidade de Chávez e Néstor Kirchner (1950-2010) se renovou sob Cristina", diz Jorge Campbell, ex-secretário de Relações Econômicas Internacionais. "O vínculo entre os dois não responde a fatores conjunturais, é histórico", afirma Felix Peña, da Fundação Standard Bank.

Já o analista político Juan Tokatlian, da Universidade Di Tella, localiza o início desse vínculo em 2001, após o governo De La Rúa cair. "Ninguém queria saber da Argentina. Os venezuelanos fizeram acordos econômicos e deram apoio diplomático."

Os três discordam de que a Argentina queira a Venezuela no bloco para contrabalançar o peso do Brasil. "A Argentina entende que precisa ter um acerto com o Brasil como o do Canadá com os EUA, respeitando o tamanho e o poder político-econômico do parceiro", diz Campbell.

Para Peña, há "problemas técnicos" na relação Brasil-Argentina, mas "seriam mais difíceis de resolver sem o Mercosul". Segundo Tokatlian, o protagonismo do Brasil pode se diluir, mas "a Argentina não está mirando nisso".

"O que os dois estão tentando é garantir que não haja um colapso político do país [a Venezuela] e que isso afete a região", acrescenta o analista político.

No campo econômico, neste mês, o ministro argentino do Planejamento, Julio de Vido, esteve em Caracas para firmar acordos energéticos. Chávez disse desejar que a PDVSA instale refinaria na Argentina para ser provedora da recém-nacionalizada YPF.

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