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Romney 'alfineta' palestinos e deixa líder polonês em saia justa

Em primeiro tour internacional, republicano causa controvérsias

DE WASHINGTON

Com uma nova rodada de gafes que ofendeu os palestinos, Mitt Romney encerrou ontem seu primeiro tour internacional como candidato à Presidência dos EUA.

"Quando você vê o PIB per capita anual, que em Israel chega a US$ 21 mil, e compara ao PIB per capita nas áreas administradas pela Autoridade Palestina, que está mais para US$ 10 mil, percebe a diferença drástica na vitalidade econômica", declarou o republicano em Jerusalém, antes de seguir para a Polônia.

O Produto Interno Bruto per capita israelense foi de US$ 31,2 mil (R$ 5.300/mês) em 2011, e o palestino, de US$ 2.900 em 2008 (R$ 492/mês), na estimativa mais recente da CIA, agência de inteligência dos EUA, em seu "Factbook".

Os palestinos reagiram: "É um comentário racista", disse ontem Saeb Erekat, conselheiro do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, segundo agências internacionais.

"Ele não vê que o povo palestino não consegue atingir seu potencial por causa da ocupação israelense", afirmou Erekat, acrescentando que os israelenses "não falam em superioridade cultural".

Em relatório de abril deste ano, o Banco Mundial afirma que, apesar de leve melhora no cenário, medidas palestinas para avivar a economia não terão efeito sustentável sem a cooperação de Israel em reduzir as restrições, sobretudo de circulação.

A entidade diz que o PIB per capita na ANP caiu 23% de 1999 a 2006 em consequência da Segunda Intifada (conflito armado com Israel) e das sanções subsequentes.

Antes, Romney já havia descontentado os palestinos ao dizer que Jerusalém era a capital de Israel -a disputa da cidade é um ponto central das negociações de paz.

A julgar pelas doações, porém, o republicano pode considerar a viagem de seis dias ao Reino Unido, a Israel e à Polônia um sucesso. Só no evento em Jerusalém, levantou US$ 1 milhão.

Antes, ele irritara os britânicos ao criticar o despreparo local na Olimpíada. Na Polônia, deixou em apuros o líder trabalhista Lech Walesa, ao divulgar o voto de sucesso do Prêmio Nobel como apoio.

O sindicato Solidariedade afirmou divergir de seu fundador. (LUCIANA COELHO)

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