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Desemprego na eurozona bate novo recorde

Total de pessoas sem trabalho chega a 17,8 milhões em junho; desde abril de 2011, 2,3 milhões perderam suas vagas

Com números ruins, aumenta a expectativa de que o BC Europeu anuncie novas medidas na reunião de amanhã

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O número de pessoas desempregadas nos 17 países que compõem a zona do euro atingiu novo recorde em junho, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Eurostat, o birô de estatísticas da União Europeia: 17,8 milhões de pessoas, 123 mil a mais que no mês anterior.

A alta do desemprego na eurozona foi a 14ª consecutiva; hoje, o total de gente sem trabalho na região é o maior desde a implantação da moeda única, em 1999. Estima-se que 2,3 milhões tenham perdido seus empregos desde abril do ano passado.

Em termos percentuais, a taxa, com ajuste sazonal, não se alterou entre maio e junho: está em 11,2%, nível recorde.

Mesmo na Alemanha, a maior economia da zona do euro -onde o desemprego ficou em 5,4% em junho-, já há sinais de desaceleração do crescimento e demanda menor por exportações de alto valor agregado. Com isso, a previsão é que o número de desempregados aumente.

"Os números do desemprego são mau presságio para as perspectivas de crescimento", avaliou Howard Archer, economista-chefe da IHS Global Insight para a Europa.

REUNIÃO DO BCE

Os dados ruins aumentaram a expectativa sobre a reunião do Banco Central Europeu prevista para amanhã -em princípio, ela decidirá sobre a taxa básica de juros, mas pode ser usada para o anúncio de outras medidas.

Na semana passada, o presidente do BCE, Mario Draghi, prometera fazer "tudo o que for preciso" para manter a zona do euro unida, o que alimentou especulações sobre a compra de títulos da Itália e da Espanha -dois dos principais focos da crise.

A possibilidade de compra desses títulos e as declarações de líderes europeus sobre a necessidade de preservar a união monetária animaram o mercado. Alguns analistas, porém, continuam pessimistas quanto ao futuro.

"Aconteça o que acontecer amanhã, com Draghi anunciando novas medidas ou não, os números da economia europeia são lamentáveis", disse Michael Hewson, da consultoria CMC Markets, à agência Associated Press.

A situação é particularmente ruim para os espanhóis, que continuam tendo a pior taxa de desemprego da zona do euro -de 24,8%- e agora se veem às voltas com uma fuga recorde de capitais (leia texto nesta página).

Nos EUA, em meio à preocupação com os reflexos da crise na Europa, o Fed (banco central americano) reúne-se hoje e deve avaliar a necessidade de novos estímulos à economia norte-americana.

JULIA SWEIG

Hoje, excepcionalmente, a coluna não é publicada

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